Já
de algum tempo, após uma longa observação e simultâneo sofrimento, que eu vinha
querendo escrever algo a respeito dessa geração, mais ou menos entre seis e
vinte anos de idade.
O
título não é jamais à toa, muito pelo contrário, é bastante intencional para
tentar caracterizar esta atual e referida faixa etária. No dia-a-dia, nas salas
nas quais eu leciono há cerca de vinte anos, não é raro verificar a extrema
dificuldade de aprendizagem, assimilação, memorização e concentração nos
estudos desses jovens. É, como já disse, um sofrimento ver uma geração inteira,
com raríssimas e honrosas exceções, totalmente fora do contexto escolar e
acadêmico.
Essa
geração, de duas ou três décadas para cá, da época do auge da “Xuxa”, que
dizia, entre outras pérolas, que é possível escrever chiclete com X, escreve
muito mal e não lê quase absolutamente nada. Isto, desgraçadamente, nós,
professores e educadores, assistimos diariamente. É uma geração apática,
indiferente ao conhecimento e disforme na forma e no conteúdo.
Com
a chegada da internet, essa geração se “especializou” em copiar e colar
(Control C, Control V) trabalhos de autores diversos, disponíveis no universo
virtual da internet, sem ter que se preocupar em pensar ou produzir algo de sua
própria autoria.
Em
matéria de interpretação, bastante exigida nos últimos tempos, em concursos e
vestibulares, além do ENEM, é outro desastre. Numa operação matemática, das
mais simples, idem. É uma geração sem foco no que verdadeiramente interessa,
sem sentido e sem nexo no que faz e o que pensa sobre seu futuro.
O
que era regra virou exceção e o que era exceção virou regra. Os valores se
inverteram. O que antes era motivo de vergonha, tristeza e constrangimento,
agora virou graça e delírio. Tirar notas baixas, ser reprovado ou chamado à
atenção para muitos é algo extremamente engraçado e sem maiores consequências.
Para
tentar resolver este gravíssimo problema em nosso país, é preciso antes de tudo
buscar saber e descobrir as causas. Por isso, fico a me perguntar: Terá essa
onda toda, avassaladora, de degeneração e corrupção moral em nosso país a ver
com isso?
Tenho
dito.
Antonio
José de Souza
Professor,
historiador e bacharel em Direito
0 comments:
Postar um comentário