GeraXão Control C, Control V – por professor Antônio Souza

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Já de algum tempo, após uma longa observação e simultâneo sofrimento, que eu vinha querendo escrever algo a respeito dessa geração, mais ou menos entre seis e vinte anos de idade.

O título não é jamais à toa, muito pelo contrário, é bastante intencional para tentar caracterizar esta atual e referida faixa etária. No dia-a-dia, nas salas nas quais eu leciono há cerca de vinte anos, não é raro verificar a extrema dificuldade de aprendizagem, assimilação, memorização e concentração nos estudos desses jovens. É, como já disse, um sofrimento ver uma geração inteira, com raríssimas e honrosas exceções, totalmente fora do contexto escolar e acadêmico.

Essa geração, de duas ou três décadas para cá, da época do auge da “Xuxa”, que dizia, entre outras pérolas, que é possível escrever chiclete com X, escreve muito mal e não lê quase absolutamente nada. Isto, desgraçadamente, nós, professores e educadores, assistimos diariamente. É uma geração apática, indiferente ao conhecimento e disforme na forma e no conteúdo.

Com a chegada da internet, essa geração se “especializou” em copiar e colar (Control C, Control V) trabalhos de autores diversos, disponíveis no universo virtual da internet, sem ter que se preocupar em pensar ou produzir algo de sua própria autoria.

Em matéria de interpretação, bastante exigida nos últimos tempos, em concursos e vestibulares, além do ENEM, é outro desastre. Numa operação matemática, das mais simples, idem. É uma geração sem foco no que verdadeiramente interessa, sem sentido e sem nexo no que faz e o que pensa sobre seu futuro.

O que era regra virou exceção e o que era exceção virou regra. Os valores se inverteram. O que antes era motivo de vergonha, tristeza e constrangimento, agora virou graça e delírio. Tirar notas baixas, ser reprovado ou chamado à atenção para muitos é algo extremamente engraçado e sem maiores consequências.

Para tentar resolver este gravíssimo problema em nosso país, é preciso antes de tudo buscar saber e descobrir as causas. Por isso, fico a me perguntar: Terá essa onda toda, avassaladora, de degeneração e corrupção moral em nosso país a ver com isso?

Tenho dito.

Antonio José de Souza
Professor, historiador e bacharel em Direito
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