Violência contra a mulher: Uma questão social presente na sociedade que necessita ser enfrentada e eliminada

Por: FABIANA FERNANDES. Assistente social. Formação em: Serviço social. Pedagogia. Especialização em Gestão de Projetos Sociais.  

Foto: Fabiana Fernandes / Facebook / Reprodução. 
Essa é uma discussão reflexiva necessária em nosso contexto histórico-social, e que têm se intensificado na atualidade em formatos de crimes bárbaros, ceifado a vida de inúmeras mulheres, e gerado vítimas para os bancos de dados nacional e internacional de feminicídio, - mas que as vezes é tratado como homicídio pelos setores públicos e pela própria sociedade- e tem, principalmente, gerado uma parcela de impunidade àqueles que deveriam ser responsabilizados pelo ato monstruoso e desumano. E são mulheres que são mães, filhas, irmãs, companheiras, amigas. Mulheres que são seres humanos e como tal têm direito à vida, à segurança, às políticas públicas que prezem por sua integridade e dignidade feminina. 

E então nos perguntamos: em que se baseia essa tal pressuposição masculina de achar-se superior à mulher? Bem, vivemos a modernidade das civilizações, em que a mulher vem ocupando cada vez mais lugar de destaque na sociedade corporativa e todo o meio profissional público; vivenciamos a revolução industrial onde centenas de mulheres foram ao trabalho tornando-se provedoras do lar; vivemos os avanços tecnológicos que têm propiciado mais agilidade no ramo profissional para várias profissões em que mulheres super inteligentes ocupam, com maestria e organização a liderança de empresas e cargos públicos. E poderíamos discorrer e elencar sobre inúmeras realidades em que o público feminino se destaca em situações onde a competência, delicadeza e profissionalismo da mulher se sobressaí diante de todos os aspectos da qualidade masculina e sua tal e tão “afamada virilidade”. Na verdade, percebe-se que o empoderamento feminino e sua ascensão profissional tem gerado discussão no meio em que homens arcaicos, ultrapassados, cruéis e machistas ocupam e se sentem vergonhosamente incomodados em como um ser, sendo MULHER, que de acordo com o patriarcado, o machismo, deveria permanecer então, minúscula e dependente, em amplos os sentidos, do sexo masculino. 

Ora, a mulher é um ser inteligente, forte, resistente, que sangra todos os meses, que passa nove meses gestando uma nova vida, e sendo forte assim, como poderia a mulher permanecer a mesma? Não tem como. Não subestime o poder de uma mulher que reconhece sua real identidade. Retomemos a questão social que principiou essa discussão- a violência contra a mulher- que em muitas situações está sendo naturalizada pela sociedade e pelos poderes públicos, à medida que exaltam o agressor/assassino e culpabilizam a mulher. Trata-se também da postura misógina do homem doentio que em sua egocentricidade sente-se como o próprio dono de suas vidas- a vida das mulheres. Segundo a Declaração Universal dos Direitos humanos de 1948 em seu Artigo 3º diz que todo ser humano tem direito à vida, à liberdade, à segurança pessoal. Ampliando a discussão para o século XXI temos a Lei Maria da Penha 11.340 de 2006 que no Art. 1º diz que esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, discorrendo sobre vários artigos que se tem como uma grande conquista deste público feminino quando falamos em legislação- mas trata-se de uma conquista que surgiu a partir da dor de uma outra grande mulher. Portanto, temos leis, mas cabe aos poderes públicos e a sociedade em geral fazer com que sejam cumpridas em sua totalidade, garantindo a integralidade da mulher nos seus vários espaços sociais que ela esteja a ocupar; seja como dona do lar gestora da família dos filhos, educando-os com zelo, seja na posição de chefia de empresas e coordenações ou até ocupando cargos públicos de destaque.  Elas clamam para terem seus direitos preservados e sua vida garantida. 

A mulher sonha, planeja, tem incontáveis sonhos a realizar, e como pode sua vida ser subtraída de si e dos que a amam pelo simples fato de ser MULHER num ato de covardia. Considero os crimes de violência contra a mulher o mais ato de covardia masculina, de incapacidade de saber caminhar ao lado de uma grande mulher que reconheceu sua própria capacidade humana e sua condição feminina de ser forte. 

Por Fabiana Fernandes


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