“Única saída é vacinar todo mundo, o resto é paliativo”, diz vice-presidente Mourão

Defende direito de adoção de medidas. Critica conduta de jovens na pandemia. Adesão a restrições é “complicada. 

Foto: Adriano Machado / Reuters. 
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou na manhã desta 2ª feira (1º.mar.2021) que a vacinação é a única forma de conter a pandemia de coronavírus no país. Para ele, outras ações, como o isolamento social e medidas restrição social, são “paliativas”.

“Na realidade, a única saída é vacinar todo mundo, o resto é tudo paliativo. A saída é conseguir ir vacinando todos e ter uma vida normal”, disse ao chegar à vice-presidência.

Mourão, no entanto, defendeu que governadores e prefeitos devem adotar medidas que julgarem necessárias para impedir a disseminação do vírus. “O nosso sistema de saúde é um sistema que tem problemas”, disse.

O vice-presidente ainda destacou que antes da pandemia já existia a falta de leitos de UTI (unidades de tratamento intensivo) no país. “Desde o começo a preocupação foi que a gente conseguisse manter a doença dentro da capacidade do sistema de saúde”, afirmou.

O vice-presidente declarou que a adesão das medidas restritivas por parte da população é uma situação “complicada” e que a “população se cansou antes do tempo” por conta de ações de restrição tomadas anteriormente.

Mourão ainda criticou a parcela jovem da população que, segundo ele, não seguiu orientações contra aglomerações durante a pandemia.“Tem uma parcela da população que não consegue ficar dentro de casa, não aguenta ficar dentro de casa. Tem a turma jovem que vai para festa, aí fica todo mundo aglomerado na festa, depois encontra o pai, a mãe, o avô, a avó”, afirmou o general.

“O mais novo na maioria das vezes não tem sintoma, mas ele continua transmitindo. Então, são os problemas que cada gestor tem que buscar impedir para que determinados tipos de atividades ocorram”, concluiu.

As declarações de Mourão foram realizadas em um momento que governadores decretaram restrições mais duras à circulação de pessoas. Alguns Estados determinaram toque de recolher; em outros, houve o fechamento total de comércios e serviços não essenciais.

Atualmente, ao menos 17 capitais têm ocupação de UTIs superior a 80% por conta do aumento das infecções no país, cuja média móvel atingiu a maior taxa desde o início da pandemia, chegando a 1.205. O recorde anterior era de 1.177, no dia anterior.

Segundo dados do Ministério da Saúde, até as 17h deste domingo (28.fev.2021) o Brasil tinha 10.551.259 casos de coronavírus e 254.942 mortes pela doença.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro também criticou medidas adotadas nos Estados e disse que lockdown não funciona. Em conversa com apoiadores, o presidente voltou a dizer que o governo federal enviou todos os recursos aos Executivos locais e que, por isso, a responsabilidade pela situação da pandemia seria dos governadores.

Em nota, divulgada nesta 2ª feira (1º.mar), os governadores rebateram dados divulgados por Bolsonaro e o governo federal. Disseram que as informações divulgas estão “distorcidas” e têm o objetivo de “gerar interpretações equivocadas e atacar governos locais”. (*) Poder360


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