O presidente do Peru, Pedro Castillo, comandou uma tentativa de golpe de Estado nesta quarta-feira (7). Horas antes da votação de um pedido de impeachment contra ele, o então presidente peruano fez um anúncio da dissolução do Congresso e declarou estado de emergência no país.O presidente do Peru, Pedro Castilho. Foto: Javier Torres/AFP via Getty Imagens.
O Congresso ignorou a tentativa de golpe e votou pela destituição de Castillo do cargo. O plenário do Congresso do Peru aprovou por 101 votos a medida, além de seis votos contra e outras dez abstenções. Eram necessários 87 para derrubar o presidente.
Após o impeachment de Pedro Castillo, o Congresso acionou a vice, Dina Boluarte, para assumir o poder no país. Ela deve ser empossada às 15h de Lima (17h de Brasília) e já afirmou que a ordem de Castillo era inconstitucional.
Logo após o pronunciamento de Castillo, os ministros da Economia e das Relações Exteriores renunciaram com a alegação de que a medida violava a Constituição do Peru.
Como foi a tentativa de golpe de Pedro Castillo, ex-presidente do Peru?
Segundo Castillo, a decisão de tentar dissolver o Congresso foi tomada para “restabelecer o estado democrático de direito” e a "democracia no Peru".
Em pronunciamento na televisão, o político também disse à nação que vai convocar novas eleições legislativas, e decretou toque de recolher a partir das 22h de hoje. As declarações foram dadas horas antes do político enfrentar um julgamento de impeachment.
Esta foi a terceira tentativa de impeachment contra Castillo —ele iniciou o seu mandato de cinco anos em julho do ano passado, ou seja, há 16 meses.
Em março, a oposição não conseguiu o número de votos necessário para sua destituição. Já em dezembro de 2021, o Congresso a rejeitou antes dos debates.
O Parlamento, que é dominado pela direita, debate hoje uma moção de destituição contra Castillo, de esquerda, por "permanente incapacidade moral". O Ministério Público do Peru acusa Castillo de corrupção.
Dos 130 deputados do Congresso, os opositores se aproximam de 80. Já a bancada governista e os grupos próximos têm quase 50.
Hoje, 80% da população peruana está insatisfeita com o Congresso, enquanto o presidente tem uma rejeição de 70%. (*) Yahoo com informações da Reuters e AFP
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