Eleições 2022: Cade abre investigação contra institutos de pesquisa

Foto: ANESP / Filipe Calmon. 
O presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Alexandre Cordeiro, determinou nesta quinta-feira (13) a abertura de uma investigação contra os institutos de pesquisa.

Em ofício enviado ao superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto, Cordeiro, que é ligado ao ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira, afirma que os institutos podem ter atuado como um cartel para "manipular" as eleições.

Para determinar a abertura do inquérito, o presidente do conselho considera somente as diferenças nos números das pesquisas de intenção de voto em dias anteriores ao da eleição e o resultado do primeiro turno.

Ele diz que é "absolutamente improvável" que diversos institutos de pesquisa independentes cometam o que ele diz ser o mesmo erro de amostragem.

"A discrepância das pesquisas e do resultado é tão grande que verificam-se indícios de que os erros não sejam casuísticos e sim intencionais por meio de uma ação orquestrada dos institutos de pesquisa na forma de cartel para manipular em conjunto o mercado e, em última instância, as eleições", disse Cordeiro.

"Sendo assim, realizei algumas análises preliminares de probabilidade do resultado e da independência das ações dos institutos na produção de pesquisas eleitorais no primeiro turno da disputa eleitoral para Presidência da República. O intuito aqui é efetivamente verificar se as suspeitas levantadas têm fundamento técnico e justificam uma investigação pela autoridade antitruste", complementa.

O inquérito aberto no Cade investigará os institutos Ipec, Datafolha e Ipespe por "infração à ordem econômica", segundo o ofício.

No Congresso, aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) também têm feito uma ofensiva para tentar desacreditar os institutos com argumentos que ignoram características de pesquisas eleitorais.

A tese defendida pelo grupo político liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é que institutos devem acertar o resultado das eleições, desconsiderando que pesquisas eleitorais medem declaração ou intenção do eleitor no dia da sondagem --não o efetivo voto dado no pleito.

Nesta semana, a Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) solicitou acesso ao pedido de inquérito feito pelo Ministério da Justiça relacionado às pesquisas eleitorais.

A associação que representa as empresas do setor tomou a medida após a pasta do governo Bolsonaro encaminhar à Polícia Federal pedido de abertura de inquérito sobre a atuação dos institutos de pesquisas eleitorais no pleito deste ano.

O objetivo da solicitação de acesso, segundo a Abep, é acompanhar as diligências e colaborar com o esclarecimento de qualquer questão acerca das atividades de seus membros e associados. (*) Folhapress via Yahoo

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