INTRODUÇÃO
O objetivo deste artigo é apresentar e problematizar a questão da democracia tendo em vista as eleições municipais e as redes sociais, enfatizando o que o serviço social tem a ver com isso. E é sem dúvida uma problemática muito pertinente a ser discutida, haja vista às eleições deste ano de 2020, que estão muito próximas.
E historicamente falando, o Brasil possui uma trajetória que vem de longa data de uma democracia que foi construída por meio das lutas do povo na sociedade e que, mesmo assim ainda demostra fragilidade e vulnerabilidade, pois fomos colonizados por um país que de diversas formas arbitrárias e exploradoras manteve o povo brasileiro sob o domínio de seu reinado autoritário e, como descendência nos deixou um império que continuava sem democracia popular até à Constituição Federal de 1988. Contudo, teremos nesse artigo alguns momentos que apontam o poder da democracia e sua construção histórica.
DEMOCRACIA: uma construção histórica
É de fundamental importância trazer essa calorosa temática, que é a democracia, eleições municipais e as redes sociais e o que o serviço social tem a ver com isso. Aqui, será discutido esta temática de forma embasada em leituras e pesquisas sobre o assunto. Sendo assim, ao falar em democracia, para muitos vêm logo a ideia de eleições e consequentemente, o voto. Contudo, é importante enfatizar que:
[...] a democracia participativa foi uma construção histórica, feita por atores concretos que, buscando responder a problemas concretos, foram fazendo escolhas e produzindo experiências e discursos que acabaram por ampliar os sentidos de democracia (TEIXERIA, 2020, p. 3)
Tendo em vista as eleições municipais de 2020, se faz cada vez mais necessário e urgente exercermos uma democracia participativa de forma efetiva, e as redes sociais tem grande poder nessas mobilizações, já que são meios de comunicação exponencialmente utilizados na atualidade, e exercem potente influência no meio social onde articulam-se os sujeitos.
É também, através das redes sociais que os representantes políticos interagem com os sujeitos, e assim, lançam propostas e planos de governo e, como também atuam os mesmos que agem de má fé com caráter duvidoso e inescrupuloso à utilizam como um canal de autopromoção político-pessoal usando como subterfúgio as fakes News. Assim, é pertinente citar a seguinte notícia:
A rede de desinformação que espalhou notícias falsas (fakes News) e deturpadas pró-Bolsonaro pelo aplicativo WhatsApp durante as eleições do ano passado, com uso de robôs e disparo em massa de mensagens, continua pelo menos parcialmente ativa até hoje. Dados obtidos pela reportagem apontam que 80% das contas no aplicativo de mensagens estavam em funcionamento no início da semana. (NOTÍCIAS UOL, 2019)
Portanto, notícias assim, vem afirmar como a redes sociais exercem influência e manipulam os sujeitos, dando a entender que a informação fosse verídica, e bem como o quanto estamos vulneráveis e passiveis da manipulação midiática. E ainda é possível enfatizar essa afirmação de nossa vulnerabilidade diante deste esquema manipulador que são as redes sociais citando o Documentário “Privacidade Hackeada“ da netflix de 2019, nos fazendo refletir em como as redes sociais ocupam um espaço determinante na vida dos sujeitos e, consequentemente os nossos dados pessoais de navegação podem ser usados contra nós mesmos como influenciadores. Contudo, são meios de comunicação que se fazem necessário em nossa atualidade como resultados da modernidade em que vivemos. À essa intrínseca dualidade do papel das redes sociais, é certo afirmar que é extremamente importante observar e investigar às informações e notícia advindas destes meios de comunicação, resistindo sobretudo a manipulação midiática.
Dado o exposto, nos perguntamos: o que o serviço social tem a ver com isso? Julga-se de fundamental importância a atuação do serviço social neste contexto investigativo observando a totalidade como um todo, na busca pela veracidade dos fatos, haja vista o caráter de promotor da justiça social que exerce o serviço social e, atua de forma à defender e preservar os diretos dos sujeitos atores sociais e em especial as camadas mais fragilizadas e vulneráveis; que podem ser atingidas negativamente por todo esse contexto exposto aqui neste artigo; colocando em risco a capacidade do povo de deliberar com autonomia pelo futuro que deseja; fragmentando assim a democracia brasileira conquistada constitucionalmente em 1988; enfraquecendo uma participação popular democrática ativa na vez, na voz e no voto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista os aspectos observados e argumentados neste artigo, é relevantemente considerável estarmos atentos às eleições municipais deste ano e de todos os anos que virão, como uma das atitudes mais participativas do sujeito que se vê num país onde a democracia sofre constantes ataques e ameaças ao seu pleno exercício. Cada indivíduo é construtor e fortalecedor desta democracia para que ela seja fértil e produtiva. Pois, só com a participação representativa ativa e efetiva dos sujeitos é que seremos capazes de exercer uma soberania popular que respeite cada um e cada uma nos seus devidos espaços democráticos. Daí, ao serviço social compete promover uma autonomia empoderada, investigativa e reflexiva às camadas mais vulneráveis da população, como forma de liberdade, direito e justiça social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Notícias UOL. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/09/19/fake-news-pro-bolsonaro-whatsapp-eleicoes-robos-disparo-em-massa.htm. Acesso o em: 02 nov.2020.
TEIXEIRA, Ana Claudia Tavares. Trajetórias do ideário participativo no Brasil. Caderno CRH, Salvador, v. 33, p. 01-15. e020002, 2020.
Por Fabiana Fernandes
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