Na pandemia: 25% de mulheres pensam em pedir demissão por não conciliar trabalho e filhos, e Camila faz apelo para minimizar problema

Foto: Divulgação / Ascom. 
Com a pandemia causada pelo novo coronavírus e diante do retorno das atividades e do trabalho de forma presencial, muitas mulheres enfrentam sérios problemas para deixar as crianças em casa. Um levantamento realizado nos Estados Unidos pela consultoria McKinsey e a Fundação Lean In apontou que uma em cada quatro mães com emprego, o que representa 25% das entrevistadas, pensam em reduzir a jornada de trabalho ou pedir demissão. Tantas dificuldades fizeram com que a participação das mulheres no mercado de trabalho alcançasse o patamar mais baixo dos últimos 30 anos (46,3%), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Para evitar a elevação do alto índice de desemprego na Paraíba e a redução do numero de mulheres no mercado de trabalho, a deputada estadual e presidente da Comissão dos Direitos da Mulher na Assembleia Legislativa (ALPB), Camila Toscano (PSDB), fez um apelo às empresas e ao poder público estadual e municipais, no sentido de compreender os desafios enfrentados no dia a dia dessas mães que precisam trabalhar. 

“É preciso, mais do que nunca, que haja sensibilidade por parte dos empresários e do Poder Público no sentido de serem mais flexíveis em relação às necessidades dessas mulheres, que precisam trabalhar, mas que precisam compartilhar o trabalho com o cuidado das crianças, já que as escolas e creches não voltaram as suas atividades”, destacou a deputada. 

De acordo com a pesquisa McKinsey e a Fundação Lean In, em se tratando de homens/pais o percentual cai para 11%. A pesquisa mostra também que 76% das mulheres com crianças com menos de 10 anos afirmam que o cuidado com os filhos está entre os três maiores desafios enfrentados ao longo da pandemia, se comparado com 54% dos pais que compartilham de situação similar. 

O relatório mostra também que as mulheres têm uma probabilidade 50% maior que os homens de se dedicarem, no mínimo, três horas diárias às atividades do lar e aos cuidados com os pequenos, o que representa 20 horas por semana, o mesmo que meia jornada de trabalho. 

“Sempre foi evidente que a jornada de trabalho para as mulheres é maior devido a essa demanda dupla com o trabalho externo e as atividades do lar. Porém, diante da pandemia, precisamos mais do que nunca rever essa realidade para que mulheres sigam tendo tantas oportunidades quanto os homens junto ao mercado de trabalho. O apelo se estende também aos homens, que assim, como estas mulheres que são maioria, possam ser vistos com sensibilidade”, afirmou Camila. 

Dupla jornada – De acordo com o levantamento ‘Outras Formas de Trabalho’, realizado anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgado em 2019, as mulheres dedicaram quase o dobro de horas semanais (21,4) aos afazeres domésticos ou ao cuidado de pessoas, especialmente crianças, em relação aos homens (11 horas semanais). A pesquisa ainda revela que essa dedicação, que deveria ser chamada apenas de trabalho não remunerado, só vem aumentando mais a sobrecarga das mulheres. De 2016 para 2019, essa diferença entre as médias masculina e feminina aumentou de 9,9 para 10,4 horas semanais.


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