Os números estão disponíveis nos demonstrativos financeiros das equipes, divulgados oficialmente neste início de 2017 e compilados pelo especialista em marketing e gestão esportiva Amir Somoggi, em seu estudo anual sobre as finanças dos clubes brasileiros.
Em 2016, os 20 clubes com maiores receitas do futebol nacional faturaram R$ 5,40 bilhões, crescimento de 30,2% em relação R$ 4,16 bilhões de 2015 e recorde anterior. Também pela primeira vez na história, mais da metade desse valor saiu da televisão, 51%, totalizando R$ 2,4 bilhões.
A evolução no quesito é, disparado, a que registrou maior crescimento no período, subindo 76% em relação a R$ 1,4 bilhão recebido em 2015. Nas outras três principais fontes de receitas dos clubes, os patrocínios cresceram 8%; as vendas de jogadores, 5%; mas a verba de bilheteria caiu 14%.
O aumento significativos nas verbas de televisão passa pela renovação de contratos com a Globo para o período de 2019 a 2024 e assinatura de algumas equipes com o Esporte Interativo. Nos balanços, muitas equipes registraram entre as receitas o pagamento de luvas, o que inflou os valores.
Líder em arrecadação em 2016, com R$ 510,1 milhões, o Flamengo, por exemplo, registrou R$ 297,2 milhões em receitas de TV. Desse valor, R$ 70 milhões foram luvas já recebidas dos R$ 100,3 milhões acertados pela assinatura de contrato com a Globo - o restante será pago em duas parcelas, em 2019 e 2021.
Assim, 58% das receitas rubro-negras foram provenientes da TV, em um cenário, porém, que não é exclusividade. Entre os 20 clubes de maior faturamento no último ano, 13 tiveram mais ou a metade do dinheiro que entrou em seus caixas vindo dos direitos de transmissão - em 2015, foram apenas cinco.
A maior "dependência" foi do Vitória, que faturou R$ 112 milhões, 16ª maior receita do Brasil, sendo R$ 90,4 milhões, ou 81%, vindo da televisão. Em seguida, aparece o Vasco, com 77% (R$ 165,2 milhões de R$ 213,3 milhões); e o Bahia, 75% (R$ 90,8 milhões de R$ 120,7 milhões).
No geral, os direitos de TV responderam por 51% do faturamento dos clubes brasileiros; a venda de jogadores, 14%; os patrocínios, 11%; os sócios, também, 11%; as verbas de bilheteria, 7%; e outras fontes, 6%. Em 2015, a divisão foi, respectivamente, 38%, 17%, 14%, 14%, 10% e 7%.
Com luvas da Globo, o Flamengo foi a equipe com o maior crescimento na verba de TV na comparação com 2015, em milhões de reais, com aumento de R$ 169,3 milhões. Em seguida, vieram Grêmio (R$ 122,6 milhões), Fluminense (R$ 110 milhões), Corinthians (R$ 108 milhões) e Internacional (R$ 81,3 milhões).
Já percentualmente, a maior evolução foi a do Fluminense, com incremento de 163% na comparação com o dinheiro recebido da TV em 2015, seguido pelo Vitória, 161%; Grêmio, 153%; Flamengo, 132%; e Internacional, 111%.
No extremo oposto, com as menores variações tanto em valores nominais, quanto percentualmente, estão Chapecoense e Atlético-MG, com aumento, respectivamente de R$ 5,5 milhões (22%) e R$ 15,3 milhões (13%).
ESPN Brasil
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