Zika e a microcefalia em bebês: DE QUEM É A CULPA? – por Fernanda Macêdo

ARTIGO - Estamos enfrentando uma epidemia sem precedentes de nascimentos de bebês com microcefalia. O aumento do número de bebês microcefálicos gerou inquietação nos meios científicos e notadamente insegurança às famílias e às mulheres grávidas. Desde então a comunidade científica vem procurando respostas para o problema e, através de evidências, os estudos apontam para o Zika vírus, o qual tem como vetor o mosquito Aedes Aegypti. Não bastasse a dengue com suas mazelas, este mosquito ainda carrega a possibilidade de disseminar o Zika vírus e também o vírus da Chikungunya. E olhe que já se estava acostumando com a dengue, mesmo quando provocava mortes, em sua forma mais agressiva. Não fora a comoção da sociedade em ver, impotente, um número alarmante de bebês com diagnóstico de microcefalia, provavelmente nos aquietaríamos com mais viroses de nomes tão simpáticos e exóticos. O caso é tão grave, que até nem se fala na possibilidade do Zika trazer em seu rastro a síndrome de Guillain-barré, um tipo de paralisia flácida que acomete adultos.
Entretanto, o momento não é de acomodação e nem de incredulidade, mas sim de mobilização, com iniciativas individuais para combater o tão pequenino e, paradoxalmente, tão poderoso inimigo. Independentemente de haver ou não viroses que se proliferam e se tornam vizinhas e companheiras, temos que ter a consciência do tamanho de nossa obrigação.
 Por que são necessárias campanhas de mobilização para que tomemos a responsabilidade com o nosso espaço? Desde quando é humano e higiênico acumular lixo em nossos quintais e em nossos terrenos?  Necessário se faz que imaginemos que o meu ato de irresponsabilidade vai prejudicar terceiros. É preciso que cada um tenha o senso que vivemos em coletividade e que a Terra é o nosso único lar e que temos grande incumbência em mantê-la sadia. O que fizermos ou deixarmos de fazer, em um futuro próximo, reverterá a favor ou contra nós mesmos, dependendo da ação implementada.   Devemos fazer o “mea culpa” e mudarmos o rumo de nossa história. Deixar de esperar que o poder público tenha como obrigação cuidar do que é de minha propriedade deve ser o habitual.
Dessa forma, tornemo-nos vigilantes de nós mesmos e do que está ao nosso redor, dentro de nossos muros e extramuros, agindo de forma adequada com o meio ambiente. É a grande contribuição que temos que dar como verdadeiros cidadãos desse Planeta Azul (que já não está tão azul). Se cada um fizer a sua parte, sairemos vencedores e não verteremos lágrimas pelos infortúnios.

Fernanda Macedo de Castro
Enfermeira, especialista em: Saúde Coletiva; Micropolítica da Gestão em Saúde; Enfermagem do Trabalho; Urgência e Emergência e Pré-hospitalar; Doutoranda em Ciências da Educação

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