Proposta prevê fim da reeleição, a criação do
recibo do voto impresso e fim do fundo partidário e do tempo de TV para
partidos sem cadeira no Congresso.
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Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados. |
A Câmara dos Deputados
retomou a votação da reforma política nesta terça-feira e aprovou em segundo
turno o texto principal da proposta de emenda à Constituição (PEC). Sem alterar
a o projeto avalizado na primeira rodada de votações, os deputados mantiveram o
fim da reeleição com mandatos aumentados para cinco anos, a criação do recibo
impresso do voto para possibilitar a recontagem manual e o fim do fundo
partidário e do tempo de televisão para partidos sem cadeiras no Congresso. A
Câmara deve continuar a votação de propostas de alteração ao texto, os chamados
destaques, na próxima terça-feira. Em seguida, a matéria segue para análise do
Senado.
A PEC foi aprovada por 420 votos a 30 e uma
abstenção. Por alterar a Constituição, a matéria, conforme trâmite obrigatório,
teve de ser votada em dois turnos. Na votação da reforma política, os deputados
mantiveram praticamente inalterados os dois temas mais importantes: o sistema
eleitoral e o modelo de financiamento de campanhas - nesse caso, apenas
limitaram a doação empresarial diretamente aos partidos, que repassarão os
recursos aos candidatos.
Por outro lado, os parlamentares alteraram a
duração dos mandatos e fixaram em cinco anos o período para todos os cargos
eletivos. Atualmente, deputados, governadores, prefeitos, vereadores e o
presidente da República ficam no cargo por quatro anos; os senadores, pos oito
anos.
Mudanças no texto podem ser feitas durante a
votação dos destaques, na próxima semana. O PT, por exemplo, tenta alterar o
formato de financiamento e acabar com as doações empresariais. Já o PSB quer
acabar com a janela de trinta dias para a troca de partido sem a perda do
mandato. Há ainda propostas para permitir a reeleição e alterar a idade mínima
para a eleição de senadores.
Regramentos - Nesta quarta-feira, a Câmara vai se
debruçar novamente sobre a reformulação do sistema político - dessa vez, sobre
regramentos dos pontos já avalizados pelos deputados. O texto que estipula
prazos e limites foi protocolado nesta terça com a assinatura de líderes
partidários do DEM, PMDB, PSB, PSD e PR e conta com a articulação do presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Entre as propostas estão o enxugamento das
campanhas eleitorais de 90 para 45 dias e o limite de 20 milhões de reais de
recursos doados pelas empresas aos partidos, sendo que apenas 0,5% do
faturamento bruto poderá ser direcionado à mesma legenda. O projeto também
enxuga a duração das propagandas gratuitas de 100 para 40 minutos diários e,
por outro lado, aumenta as inserções no horário comercial de 30 para 70 minutos
diários.
O
texto ainda dificulta o acesso ao fundo partidário e determina que apenas 1% do
dinheiro público destinado aos partidos será dividido de forma igualitária
entre todas as legendas com registro no Tribunal Superior Eleitoral - - atualmente, o repasse é de 5%. O valor
restante é distribuído proporcionalmente conforme o tamanho da bancada das
siglas na Câmara dos Deputados. (Veja)
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