CPMI do INSS: depoimento revela empresas criadas para movimentar R$ 300 milhões da Conafer

O presidente da CPMI, Carlos Viana e Cícero Marcelino de Souza Santos. Foto: Carlos Moura/Agência Senado. 

Em depoimento à CPMI do INSS nesta quinta-feira, Cícero Marcelino de Souza Santos admitiu ter aberto empresas especificamente para receber repasses da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). O volume financeiro movimentado chegou a R$ 300 milhões, conforme apurado pela comissão. As informações foram publicadas pela Agência Senado.


Perante os parlamentares, Cícero reconheceu sua responsabilidade nas movimentações, mas negou veementemente atuar como "laranja" ou ser peça central de um esquema de fraudes. Ele justificou o valor elevado pelo alto número de pagamentos que realizava a pedido da Conafer, função pela qual chegou a receber R$ 120 mil mensais.


O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), avaliou que o depoente, na prática, "reconheceu que recebeu o dinheiro e o repassou". Parlamentares como a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) e o senador Eduardo Girão (Novo-CE) reforçaram a tese de que a operação configura uma organização criminosa de alto escalão, com tentativas de "abafar a verdade".


A comissão deve marcar uma sessão reservada para aprofundar a investigação sobre os destinatários finais dos recursos.


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