Parque da Estação Dona Ló e Memorial da Ferrovia Conde D’Eu: Resgate histórico e cultural em Guarabira faz 1 ano

Há exatamente um ano, dia 4 de julho de 2024, Guarabira ganhava um dos seus espaços mais charmosos e frequentados: o Parque da Estação Dona Ló e o Memorial da Ferrovia Conde D’Eu. Localizado no entorno da antiga estação ferroviária, o local foi totalmente revitalizado e se tornou um ponto de lazer, cultura e memória para a população.  Um projeto idealizado e iniciado pelo então prefeito Zenóbio Toscano (em saudosa memória) e dado prosseguimento na gestão seguinte, do prefeito Marcus Diôgo.


Um espaço revitalizado

O projeto de recuperação transformou o local em um ambiente moderno e funcional, oferecendo:  

- Quadra de esportes (vôlei, basquete e futsal)  

- Praça com academia de saúde  

- Playground infantil  

- Pista de caminhada 

- Plantação de distintas árvores silvestres e manutenção dos imponentes pés de eucaliptos já existentes no local. 

- Museu da Ferrovia, com acervo histórico de documentos, fotos, objetos e uma exposição fixa de artes visuais (Naif), que remontam à era da ferroviária  

- Vagão de trem restaurado, utilizado para oficinas educativas e culturais  



Além disso, o parque tem sido palco de diversas atividades, como shows musicais, piqueniques, celebração de aniversários natalícios, ensaios fotográficos e até corridas de rua. Em breve, uma praça de alimentação deverá ser implantada, tornando o local ainda mais atrativo.  


A história da ferrovia Conde D’Eu em Guarabira 

A ferrovia Conde D’Eu, inaugurada no século XIX, foi um marco no desenvolvimento do Nordeste brasileiro, ligando Recife (PE) a Natal (RN). Em Guarabira, então chamada de Vila Independência, a estação ferroviária foi fundamental para o crescimento econômico e urbano da região, facilitando o transporte de passageiros e mercadorias, especialmente algodão e outros produtos agrícolas.  


Com o declínio das ferrovias no Brasil no século XX, a estação de Guarabira foi desativada, mas sua importância histórica permaneceu. A transformação do local em um parque e memorial não só preserva essa memória, mas também devolve à população um espaço de convivência e cultura.  


Um presente para o futuro

Localizados no bairro Esplanada, bem próximos ao centro da cidade, o Parque da Estação Dona Ló e o Memorial da Ferrovia Conde D’Eu são mais que um local de lazer: são uma homenagem ao passado e um investimento no futuro de Guarabira. A iniciativa do poder público municipal em revitalizar o espaço mostra o valor da preservação histórica aliada ao desenvolvimento urbano, garantindo que as novas gerações conheçam e valorizem suas raízes.  


Quem ainda não visitou, precisa conhecer esse pedaço da história guarabirense que se tornou um dos lugares mais encantadores da cidade!


Mais detalhes históricos do Trem na Paraíba e sua icônica passagem por Guarabira



Você sabia que a história da ferrovia na Paraíba começou ainda no século XIX e teve Guarabira como um de seus pontos mais importantes? Conheça essa fantástica história, tendo como fonte de pesquisa o blog História Ferroviária Paraibana. 


No dia 15 de dezembro de 1871, a princesa Isabel concedeu o privilégio de construção da ferrovia que ligaria a capital da Província da Parahyba à vila de Alagoa Grande, com ramais para Ingá e Independência (hoje, Guarabira). A primeira concessão não vingou, mas em 1880 as obras começaram de fato.


Em 1881, foi inaugurado o trecho entre Parahyba do Norte (João Pessoa) e Entroncamento (Cruz do Espírito Santo). A estrada logo se expandiu e, no dia 4 de junho de 1884, o trem chegou à então vila de Independência (Guarabira), transformando a localidade em um dos polos mais importantes do Brejo.


A chegada do trem foi celebrada com festa e ampla cobertura da imprensa da época, como o *Diario da Parahyba*. O comércio local ganhou novo fôlego com a facilidade para transportar produtos como café, fumo, algodão e outros. Guarabira passou a ser chamada de Rainha do Brejo".


Em 1901, a ferrovia foi arrendada à empresa inglesa GWBR (Great Western of Brazil Railway), que estendeu os trilhos até Nova Cruz (RN), consolidando a conexão interestadual.


Locomotiva Mikado 401 de 1941. Foto: Acervo Manoel Tomé de Souza (RN), via História Ferroviária Paraibana.  


Em paralelo, outros ramais foram construídos:

• Bananeiras recebeu o trem em 1925, após 15 anos de obras e o esforço pessoal do então governador Sólon de Lucena.

• O ramal do Sertão, iniciado na década de 1920, chegou a Cajazeiras, Sousa, Pombal e finalmente a Patos, interligando os sertões da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.


Em 1958, foi concretizada a ligação ferroviária entre Campina Grande e Patos, conectando os estados do Nordeste por meio dos trilhos.


Mas como tudo na vida, a era dos trens também teve seu fim. Na década de 1970, os trens de passageiros pararam de circular entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte, marcando o fim de um ciclo.


A ferrovia deixou marcas profundas na história e no desenvolvimento das cidades por onde passou. Guarabira, em especial, viveu o progresso sobre trilhos e guarda até hoje a memória viva desse tempo, celebrando a história do trem que chegou.



(*) Editorial Plugados

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