Rever, reler e reouvir conteúdos é uma forma de autocuidado; entenda como prática atua no bem-estar

Foto: Freepik. 

Em meio à imensidão de conteúdos disponíveis, há quem prefira assistir novamente à mesma série, rever um filme ou até reler um livro já conhecido. Em um artigo publicado no portal The Conversation, o professor de fatores humanos da CQUniversity, na Austrália, Anjum Naweed, explicou que, de acordo com a neurociência, a nostalgia pode funcionar como uma ferramenta poderosa para o bem-estar, ajudando a acessar memórias positivas e sensações de segurança, contribuindo para a regulação emocional.


O ato de repetir voluntariamente o consumo de algo já conhecido, não por falta de opções, mas por prazer, conforto ou necessidade emocional, vai além do aspecto nostálgico e tem nome: reconsumo. A psicóloga da Hapvida, Michelle Costa, explica. “Quando a pessoa decide assistir, ler ou ouvir novamente o mesmo conteúdo, ela pode estar buscando conforto e previsibilidade. Isso reduz a ansiedade, já que conteúdos novos trazem incerteza sobre o desfecho”, afirma.


Durante o período de confinamento provocado pela covid-19, esse comportamento se intensificou. Uma pesquisa realizada pela Radio Times apontou que 64% dos entrevistados reassistiram algum seriado e 43% recorreram a programas com forte apelo nostálgico.


Segundo a psicóloga, o reconsumo também pode ser entendido como uma prática de autocuidado, por não gerar estímulos ansiosos e ainda proporcionar prazer, tornando-se uma forma de lazer e relaxamento. Além disso, a previsibilidade funciona como uma forma de controle emocional. “Toda atividade previsível segue um padrão. O indivíduo sabe o que vai acontecer e, com isso, sente-se mais seguro”, explica.


Apesar dos benefícios, Michelle ressalta a importância do equilíbrio. “É ótimo revisitar aquilo que nos traz alegria e diversão, mas também é fundamental abrir espaço para novas experiências, histórias e aprendizados. Isso representa crescimento interno. O ideal é equilibrar: aproveitar o que já conhecemos, sem deixar de explorar o novo conforme nossos limites e nossas predileções”, conclui. (*) Ascom

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