Setembro Amarelo: especialista alerta sobre riscos de substituir escuta profissional por IA

Psicóloga destaca que tecnologia deve atuar como apoio, e não como substituta no acompanhamento terapêutico. 



A campanha Setembro Amarelo - dedicada à conscientização e a prevenção do suicídio - joga luz na importância do cuidado com a saúde emocional e à valorização da vida. Com a ascensão da tecnologia, é comum recorrer à internet e às plataformas de inteligência artificial para buscar conselhos e apoio emocional, mas é importante ficar atento aos riscos. 

 

Márcia Peixoto, psicóloga e diretora da Roots Talent, conta que é essencial diferenciar a informação do acompanhamento clínico. “A inteligência artificial pode fornecer dados, dicas de autocuidado ou até acolher em um primeiro momento, mas ela nunca substitui a escuta clínica de um psicólogo, o acompanhamento terapêutico ou, quando necessário, o tratamento médico com psiquiatra. O risco é a pessoa acreditar que está sendo cuidada de forma adequada quando, na verdade, está apenas consumindo informações sem elaborar suas questões emocionais”, explica a especialista.

 

Segundo ela, o contato humano e a escuta profissional são insubstituíveis. “A terapia não é só sobre falar. É sobre ser ouvido, compreendido e guiado em um processo de transformação. Isso nenhuma ferramenta digital consegue oferecer. O ideal é que os recursos online sirvam apenas como complemento, nunca como substituição da ajuda médica e psicológica”, orienta Márcia.

 

A psicóloga destaca ainda que familiares e amigos têm papel fundamental no incentivo à busca por atendimento especializado. “Quando alguém está em sofrimento, o primeiro passo é não julgar. Escutar, acolher e, principalmente, orientar essa pessoa a procurar um profissional de saúde mental é o caminho mais seguro”, alerta.



(*) Vivass


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