Casos no Brasil ultrapassam 800 mil, segundo dados do Ministério da Saúde.
O Brasil registrou 826.292 casos confirmados de hepatites virais entre os anos de 2000 e 2024, segundo o Ministério da Saúde. No cenário global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 304 milhões de pessoas vivem com os tipos B ou C em estágio crônico, sendo essas infecções responsáveis por 1,3 milhão de mortes por ano – 83% provocadas pela hepatite B e 17% pela C.
As hepatites virais são infecções que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Segundo a infectologista da Hapvida, Marcela Marinho, os principais tipos predominantes no Brasil são A, B e C. Além dessas, existem os vírus D (mais comum na região Norte do país) e o E, que é menos frequente no Brasil.
“A hepatite A não é sexualmente transmissível (DST) e é transmitida por gotículas, causando sintomas como pele amarelada e diarreia. É uma doença autolimitada, sem medicação específica, mas com vacina disponível. Já a B é transmitida por via sexual e objetos contaminados, podendo causar danos graves ao fígado, como nódulos; tem vacina e tratamento, mas não tem cura. A C também é transmitida por relações sexuais e materiais contaminados, especialmente transfusões de sangue; não possui vacina, mas tem tratamento com possibilidade de cura. É a que apresenta maior risco de causar tumor hepático”, explica Marcela.
Outro ponto de atenção é que a infecção pode demorar para apresentar sintomas. “A hepatite viral pode ser assintomática, e muitas vezes é descoberta apenas em exames de rotina ou quando já há danos ao fígado. Por isso, é importante incluir os testes para os tipos A, B e C no check-up anual, mesmo sem sintomas aparentes. A hepatite B deve ser monitorada especialmente em casos de exposição sexual, e a C deve ser testada ao menos uma vez por ano”, alerta a médica.
Tratamento e prevenção – Marcela enfatiza que a prevenção passa por cuidados simples, desde a vacinação (A e B), uso de preservativos, evitar o compartilhamento de objetos cortantes e procurar locais com boas práticas de biossegurança para procedimentos como tatuagens, piercings ou manicure. Em relação à hepatite C, a infectologista fala que o alerta é ainda mais importante, pois, apesar de curável, a falta de sintomas pode retardar o início do tratamento e favorecer o surgimento de complicações graves.
A infectologista reforça que nem todas as hepatites virais têm cura. “O tipo A é geralmente leve, autolimitado e sem medicação específica. A hepatite B não tem cura, mas dá para ser controlada. O vírus B pode ficar tanto inativo ou replicar, exigindo acompanhamento e, em alguns casos, medicação. Já a C tem chance de cura, com tratamento de 3 a 4 meses”, aponta.
Para os diagnosticados, o acompanhamento médico contínuo é fundamental. “O paciente pode ter o vírus B controlado ou precisar de tratamento específico, dependendo da carga viral e do estado do fígado. Já quem recebe diagnóstico de hepatite C deve procurar imediatamente um infectologista ou hepatologista para dar início ao protocolo de exames e acesso ao tratamento”, frisa a médica. (*) Ascom
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