'Low profile': por que os jovens estão se expondo menos nas redes sociais? Especialista explica

Foto: Freepik/Créditos. 
De acordo com o estudo The Future of Social Media, publicado pela revista americana Dazed Studio, o tempo que os jovens dedicam a aplicativos de mídia social tem diminuído. Esse comportamento pode ser principalmente visto na Geração Z – nascidos entre 1995 e 2010 –, que, embora sejam nativos digitais, estão adotando uma postura mais reservada, conhecida como “low profile”

De acordo com a psicóloga da Hapvida, Rosimery Santos, essa mudança está diretamente relacionada ao impacto emocional causado pela superexposição nas redes sociais. "A superexposição tem gerado um adoecimento mental muito grande, tanto em figuras públicas quanto em pessoas anônimas. Então já há esse entendimento de que é necessário preservar um pouco a sua intimidade para que se tenha um pouco de qualidade de vida. Com isso, muitos jovens estão se resguardando para evitar frustrações emocionais, comparações e o medo de não serem 'suficientes'", explica.

Adolescentes, em especial, têm adotado comportamentos mais reservados, tendência que pode ser observada na prática do "feed zero", em que perfis ativos não mantêm fotos públicas no Instagram. Em vez disso, preferem publicações temporárias, como os ‘stories’, que desaparecem após 24 horas.

A especialista aponta que a busca por validação social e o temor do julgamento alheio são fatores que influenciam essa escolha. “O medo desse julgamento faz com que a pessoa entre num completo desespero de auto comparação. Assim, a pessoa vai se colocando num lugar de inferioridade. E isso ocorre especialmente entre os adolescentes, que estão em uma fase de construção da identidade, com mudanças hormonais e emocionais”, esclarece a psicóloga.

Por outro lado, há quem planeje minuciosamente sua presença digital, expondo apenas conteúdos estratégicos. Esse comportamento é ligado muitas vezes à questão financeira, já que hoje em dia muitas pessoas ganham dinheiro com a exposição de seus trabalhos ou imagem nas redes sociais.

Apesar dos benefícios profissionais que a conectividade pode oferecer, a psicóloga enfatiza a importância de encontrar um equilíbrio saudável entre exposição digital e privacidade. "Priorizar momentos de desconexão e reservar a vida privada são essenciais para a saúde mental e física. Compartilhar apenas o que é relevante e estabelecer limites no uso das redes sociais são práticas que podem trazer mais qualidade de vida", recomenda Rosimery.


(*) Ascom

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