Sapé iniciou nessa quinta-feira (13) as celebrações pelo aniversário de 100 anos de Elizabeth Teixeira, símbolo da luta camponesa na Paraíba. A comemoração contou com um reencontro da centenária com familiares e amigos, além da abertura de uma exposição sobre sua trajetória. A agenda comemorativa vai até sábado (15).Foto: Divulgação / Secom / PrefSapé.
A programação faz parte do Festival Cultural da Memória Camponesa, que acontece em Sapé. No primeiro dia, a secretária de Desenvolvimento Social e primeira-dama do município, Denise Ribeiro, participou do evento.
Denise entregou um buquê de rosas para Elizabeth e parabenizou, destacando sua trajetória de luta ‘’São cem anos de história viva. Elizabeth é uma inspiração; um exemplo de coragem. É uma honra poder homenagear em vida alguém com um legado tão forte e coletivo como ela’', pontuou.
A homenagem aconteceu no Memorial das Ligas Camponesas, localizado na zona rural de Sapé, lugar onde Elizabeth viveu com sua família. A exposição retratou ‘as cem faces de Elizabeth'; uma alusão ao seu centésimo aniversário. O reencontro com a família aconteceu após 10 anos da última reunião com todos presentes.
A celebração segue nesta sexta (14), com a Marcha da Memória Camponesa, que sairá da Capelinha João Pedro Teixeira em direção ao Memorial das Ligas e Lutas Camponesas. No sábado (15), último dia do evento, acontecerá a Feira Cultural da Agricultura Familiar Camponesa, um espaço dedicado à valorização dos produtos da reforma agrária e ao debate sobre a luta pela terra. O festival será encerrado com um ato político, que contará com a presença de autoridades nacionais, estaduais e locais, seguido de atividades culturais na Praça de Sapé.
História de luta - Elizabeth nasceu em uma família de proprietários de terra, mas rompeu com as expectativas ao se casar com João Pedro Teixeira, um trabalhador rural negro e líder das Ligas Camponesas na Paraíba. Após o assassinato do marido em 1962, assumiu a liderança da Liga Camponesa de Sapé, incentivando a participação feminina na luta pela reforma agrária.
Com o golpe militar de 1964, foi alvo de forte repressão, chegando a ser presa e obrigada a viver na clandestinidade por 17 anos sob outra identidade. Apenas em 1984, com a retomada das gravações do documentário Cabra Marcado para Morrer, conseguiu recuperar seu nome e sua história.
Após o fim da ditadura, tornou-se uma referência na defesa dos direitos dos trabalhadores rurais, participando de debates, eventos e iniciativas ligadas à reforma agrária. Sua trajetória de resistência fez dela um símbolo da luta pela terra e pela justiça social.
(*) Secom/PrefSapé
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