Chamado de 'golpista' por Lula, Temer diz que presidente 'mantém pés no palanque e tenta reescrever a história'

Temer e Lula durante encontro em 2017. Foto: Beto Barata / Presidência da República. 
Após ser chamado de "golpista" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira, o ex-presidente Michel Temer (MDB) reagiu por meio de uma nota enviada à imprensa. No texto, Temer afirma que Lula "parece insistir em manter os pés no palanque e os olhos no retrovisor" e tenta "reescrever a história por meio de narrativas ideológicas".

"Ao contrário do que ele disse hoje em evento internacional, o país não foi vítima de golpe algum. Foi na verdade aplicada a pena prevista para quem infringe a Constituição", escreveu Temer em referência à ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que sofreu um impeachment aprovado pelo Congresso Nacional em 2016. Na ocasião, Dilma foi condenada à perda do cargo sob a acusação de ter cometido crimes de responsabilidade fiscal – as chamadas "pedaladas fiscais" no Plano Safra e os decretos que geraram gastos sem autorização do Congresso.

Apesar de se referir a Temer como golpista, Lula conta com o apoio do MDB a seu governo e entregou três ministérios à sigla — Planejamento, a Simone Tebet, Cidades, a Jader Filho, e Transportes, a Renan Filho. Em visita a Montevidéu, o presidente defendeu que todo o benefício social que os governos petistas fizeram no Brasil foi destruído nos governos de Jair Bolsonaro (PL) e de Temer.

— Hoje o Brasil tem 33 milhões pessoas passando fome. Significa que quase tudo que fizemos de benefício social no meu país, em 13 anos de governo, foi destruído em seis anos, ou em sete anos, nos três do golpista Michel Temer, e quatro, do governo Bolsonaro — afirmou o petista.

Em resposta à fala de Lula, Temer enumerou na nota uma série de indicadores econômicos de sua gestão e acrescentou, em tom irônico, que o Brasil foi "vítima de um Golpe de Sorte": "E sobre ele ter dito que destruí as iniciativas petistas em apenas dois anos e meio de governo, é verdade: destruí um PIB negativo de 5% para positivo de 1,8%; inflação de dois dígitos para 2,75%; juros de 14,25 para 6,5%; queda do desemprego ao longo do tempo de 13% para 8% graças a reforma trabalhista; recuperação da Petrobras e demais estatais graças a Lei das Estatais; destruí a Bolsa de Valores que cresceu de 45 mil pontos para 85 mil pontos", listou.

Durante a campanha, Lula já havia adotado o termo para se referir ao ex-presidente. Em julho do ano passado, Dilma e Temer protagonizaram uma troca de farpas sobre o tema. Em uma entrevista, Temer afirmou que não houve golpe e que Dilma foi retirada do cargo por "problemas políticos", como a dificuldade de diálogo com a sociedade e com o Congresso. O emedebista também frisou que a considera "honestíssima". Diante da repercussão, a ex-presidente postou uma carta aberta na qual afirmou que "a História não perdoa a prática da traição". (*) O Globo, via Yahoo

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