PSOL pede que PGR investigue gasto federal de R$ 1,8 bilhão em alimentos

O autor da ação é o deputado federal  David Miranda (PSOL-RJ). Foto: Reprodução / El País. 
O deputado David Miranda (PSOL-RJ) protocolou uma ação pedindo que o procurador-geral da República, Augusto Aras, investigue o gasto de R$ 1,8 bilhão do governo federal em alimentos e bebidas no ano de 2020, um aumento de 20% em relação a 2019.

O parlamentar solicita que o órgão apure os fatos e responsabilize o presidente Jair Bolsonaro. Também assinam o documento as deputadas Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Vivi Reis (PSOL-PA).

O levantamento com os gastos dos órgãos federais foi divulgada pelo site Metrópoles, com base em dados extraídos do Painel de Compras do Ministério da Economia.

“Bolsonaro gastou mais de R$ 1 bilhão 800 milhões de reais em mercado. Isso só em 2020. O Brasil não estava quebrado? Quantos cilindros de oxigênio esse valor compraria? Isso é lavagem? Superfaturamento?", questionou o deputado ao jornal Folha de S. Paulo.

No entanto, as compras do Palácio da Alvorada, onde o presidente mora, não estão computadas no levantamento. De acordo com os dados, os maiores montantes foram pagos pelos Ministérios da Defesa e da Educação.

Mas além dos valores, os produtos também chamaram a atenção. Entre os itens adquiridos, estão mais de R$ 15 milhões com leite condensado e R$ 2,2 milhões gastos com goma de mascar.

A informação virou piada nas redes sociais já que o pão com leite condensado é uma das receitas preferidas do presidente Jair Bolsonaro.

O gasto total com alimentos - R$ 1,8 bilhão - representa um aumento de 20%

Políticos de oposição criticaram, nas redes sociais, os gastos do governo federal com alimentação.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) ameaçou entrar na Justiça para cobrar explicações sobre os “gastos absurdos”.

"Entrarei na justiça para pedir explicações sobre os gastos absurdos do Bolsonaro! Mais de R$ 15 milhões em Leite Condensado e Chiclete com dinheiro público? Isso é corrupção!"

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) calculou que o governo federal teria gastado 7,6 mil latas de leite condensado por dia no ano passado.

"O Brasil já teve ladrão de todo tipo na presidência. Já teve ladrão de galinha, de triplex, de Petrobras...Mas não é que o que mais tá metendo a mão no nosso bolso ficará conhecido com o “ladrão de leite condensado”?! 7.600 latas por dia!!! Vai roubar assim na casa do chapéu”.

Guilherme Boulos (PSOL), candidato a prefeito de São Paulo, também questionou os números e apontou para a possibilidade de esquema de corrupção.

“Os números são gritantes e revelam um evidente esquema de corrupção. Mesmo com todos os privilégios, é impensável que o governo federal consuma 7.200 latas de leite condenado por dia”, afirmou no Twitter.

A ex-deputada Manuela D`ávila (PCdoB) ainda criticou as compras do governo, no momento em que o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não vai renovar o benefício do auxílio emergencial.

"Bolsonaro nega ao povo brasileiro o auxílio emergencial de R$ 600 enquanto gasta R$ 16,5 milhões com batata frita embalada, R$ 15,6 milhões com leite condensado, R$ 13,4 milhões com barra de cereal, R$ 12,4 milhões com ervilha em conserva e, acreditem, R$ 2,2 milhões com chiclete."

JUSTIFICATIVA

Em nota, o Ministério da Economia explicou que as despesas do Ministério da Defesa referem-se à “alimentação das tropas das forças armadas em serviço” e que “toda despesa efetuada pela Administração Pública Federal está dentro do orçamento”.

De acordo com as Forças Armadas, o órgão tem a responsabilidade de promover a saúde do seu efetivo – composto de 370 mil pessoas – por meio de uma dieta balanceada diária. O texto argumenta ainda que, de acordo com o Estatuto dos Militares, Lei nº 6.880/80, a alimentação é direito assegurado ao militar, assim como as refeições fornecidas aos funcionários em atividade.

“Com disponibilidade permanente e dedicação exclusiva, os militares realizam atividades inerentes à profissão militar e que possuem exigências físicas específicas em diferentes áreas de atuação e nas mais diferentes regiões do território nacional. Assim, cumprem ações que requerem, em grande parte, atividades físicas ou jornadas de até 24 horas em escalas de serviço, demandando energia e propriedades nutricionais que devem ser atendidas para a manutenção da eficiência operacional e administrativa com a disponibilização de uma dieta adequada”, diz a nota do Ministério da Defesa. (*) Com Yahoo Notícias

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