Nelson Teich deixa Ministério da Saúde com menos de um mês no cargo


Nelson Teich. Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil. 
O ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu exoneração nesta manhã de sexta-feira (15). A saída foi anunciada em nota pela pasta e mais detalhes serão dados em coletiva de imprensa, marcada para a tarde de sexta. A saída é a segunda mudança na pasta em meio à crise vivida por conta da pandemia do novo coronavírus.

A demissão acontece um dia antes de Teich completar um mês no Ministério da Saúde. Nos últimos dias, o presidente e Teich tiveram desentendimentos sobre:

o uso da cloroquina no tratamento da covid-19 (doença causada pelo vírus). Bolsonaro quer alterar o protocolo do SUS e permitir a aplicação do remédio desde o início do tratamento.

o decreto de Bolsonaro que ampliou as atividades essenciais no período da pandemia e incluiu salões de beleza, barbearia e academias de ginástica

detalhes do plano com diretrizes para a saída do isolamento. O presidente defende uma flexibilização mais imediata e mais ampla

Ministério
Dentro do ministério, Teich também se vê isolado desde que assumiu o cargo. Ele exonerou técnicos e nomeou pelo menos sete militares, entre eles o secretário-executivo, considerado o número dois da pasta, general Eduardo Pazzuelo.

À crítica de que o ministério está com muitos militares à frente de funções importantes, Teich respondeu que se trata de “um tempo de guerra”, e os militares trazem planejamento estratégico.

Mas ex-funcionários alegam que os novos indicados não têm experiência na área, além de terem retirado autonomia que as secretarias da pasta tinham.

Nelson Luiz Sperle Teich é oncologista e empresário do setor da saúde. Ele esteve reunido com Bolsonaro e oito ministros na manhã desta quinta, na qual declarou, segundo participantes, que é um "equívoco" saúde e economia não trabalharem juntosmais cedo nesta quinta.

Nascido no Rio de Janeiro, o médico se formou pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e se especializou em oncologia no Instituto Nacional de Câncer (Inca). Atualmente, é sócio da Teich Health Care, uma consultoria de serviços médicos.

Teich atuou como consultor informal na campanha eleitoral do presidente, em 2018, e, na época, até chegou a ser cotado para o cargo, mas acabou preterido por Mandetta.

Também estudou economia da saúde de produtos farmacêuticos pela Escola Europeia de Economia da Saúde de Cannes, na França (2007), e em Avaliação Socioeconômica de Medicamentos (2007) pela Universidade de York, no Reino Unido. Possui ainda pós-graduação em Economia da Saúde (2007-2009 e 2016) e mestrado em Avaliação Econômica de Tecnologia de Saúde (2017-2017), também pela Universidade de York.

Iniciou sua carreira como médico assistente de Atenção Primária no Hospital de Praia Brava, em Angra dos Reis (RJ), em 1981. E atuou no Hospital Geral de Jacarepaguá (RJ), entre 1985 e 1989. Também é um dos fundadores do Grupo COI (Clínicas Oncológicas Integradas), que presidiu até 2018, onde também criou o Instituto de Gestão, Educação e Pesquisa, destinado a realizar pesquisas clínicas sobre câncer.

Prestou consultoria em Economia da Saúde ao Hospital Israelita Albert Einstein (2010-2011) e foi membro do Projeto Oncorede da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), dedicado a avaliar e otimizar o cuidado do paciente com câncer no âmbito da saúde suplementar. E desde setembro de 2019 prestava assessoria para a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), do Ministério da Saúde.

É também autor de livros, contribuindo com as publicações Avaliação de Tecnologias em Saúde (2010); Fronteiras de Auditoria de Cuidados de Saúde (2008) e Câncer da laringe: uma abordagem multidisciplinar (1997). (*) Yahoo

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