O nosso tempo que é sempre o mesmo, é desorganizado. – Por Pe. Bosco

Não aceitamos o outro por causa das diferenças inerentes a cada pessoa. Na verdade devemos fazer um enorme exercício de paciência porque jamais podemos mudar o outro. 

Terminou o primeiro mês do ano. É oportuno que possamos avaliar os nossos propósitos.  Em que pensamos para este novo ano? Quais foram os nossos sonhos? Como sabemos, sonhos devem ser transformados em realidade. Sonhar às vezes é sonhar alto, mas nunca devemos deixar de sonhar. Os sonhos são individuais, no entanto, muitos sonhos precisam ser de cunho coletivo. Sonho que se sonha junto.

Quais são então os resultados deste ano?
Alguém de nós talvez pensou em muitos e bons propósitos como organizar o seu tempo, por exemplo. O nosso tempo que é sempre o mesmo, é desorganizado. Que não tem um compromisso fixo, diário, pode deixar de fazer muitas atividades por não ter necessidade de disciplinar o seu dia. Não ter hora para dormir e para acordar já passa a ser um grande problema. Isso só deveria acontecer em tempo de férias.

A nossa vida ou dia a dia, precisaria ser organizado em horários de trabalho, repouso, convivência, como momento de lazer. Corremos o risco de viver o tempo, sem o descanso necessário a todas as pessoas. Sempre será tempo para reorganizar a nossa vida.

Alguém de nós poderá ter pensado em melhorar a convivência no seu trabalho, em casa, com seus vizinhos e nos grupos de convivência.  A convivência é um dos grandes desafios da vida humana pelo fato de não aceitarmos a outra pessoa como ela é. Deus nos aceita como somos, esperamos que cheguemos o momento da nossa mudança; nós, ao contrário, temos uma enorme impaciência diante das atitudes dos outros. Não aceitamos o outro por causa das diferenças inerentes a cada pessoa. Na verdade devemos fazer um enorme exercício de paciência porque jamais podemos mudar o outro; cada pessoa precisa ter a humildade e a consciência para perceber o que lhe acontece ao redor para perceber que a mudança é necessária. É tempo de revê as atitudes, comportamentos, reações, que nos fazem atrapalhar a convivência. Quantas vezes ofendemos o nosso semelhante, com nossas atitudes grosseiras?

Alguém de nós poderá ter pensado em viver uma vida mais próxima de Deus: rezando, indo a igreja, participando de sua comunidade, fazendo uma experiência de caridade, etc. estar perto de Deus significa estar também perto das necessidades de seus irmãos mais empobrecidos. Nunca amaremos a Deus que não vemos se não amamos o irmão que vemos. O nosso grande pecado é não viver esse amor. Gostar nunca poderá ser a motivação para o amor. O amor passará sempre pelo que o outro é Imagem de Deus, como eu; o amor também passará pelo critério da necessidade. O próximo não é a pessoa que amo, mas aquela de quem me aproximo para ser presença em sua necessidade.

De forma tão sábia dizia Agostinho, bispo de Hipona que só reza bem que vive bem e, também, o contrário. Nunca a nossa oração deveria ser distanciada da nossa vida. Esse compromisso ou desejo deve ser uma santa preocupação para toda a nossa vida.

Podemos, então, nos perguntar: o que aconteceu neste mês para que a vontade de Deus pudesse prevalecer?

Padre João Bosco Francisco do Nascimento
Pároco de Mulungu e Coordenador de Pastoral

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