Iphaep promove debate sobre o bicentenário da Revolução de 1817, nesta quinta- feira

Óleo sobre a Revolta de 1817 (Pintor: Antônio Parreiras). 
A passagem do bicentenário da Revolução de 1817 será lembrada, nesta quinta-feira (8), durante a programação do Fórum Permanente de Ciência e Cultura do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep). O evento será realizado a partir das 14h30, no Palácio da Redenção, tendo como público alvo os estudantes de escolas públicas e privadas, historiadores e pesquisadores. A palestra “Revolução de 1817: Bicentenário” será conduzida pela historiadora Eliete Gurgão e terá como debatedores: Edvaldo Lira, Gúbio Mariz, Tomaz Bruno e Piedade Farias.

“A Revolução de 1817 tinha objetivos republicanos e estava ligada à liberdade de pensamento, ao direito de religião, a um Estado livre do absolutismo monárquico português e ao processo que estava sendo iniciado, naqueles dias, de uma utopia democrática, no que é hoje o território da Paraíba, além de outras províncias aqui do Nordeste”, explica o historiador do Iphaep, Edvaldo Lira.

Segundo a diretora do Instituto do Patrimônio estadual, Cassandra Figueiredo, o Iphaep entende que o projeto está literalmente integrado à ideia de promover a discussão acerca da memória da Paraíba e de seus personagens históricos. “O objetivo do nosso Fórum, desta vez, se baseia em três pilares básicos: Despertar nos estudantes a importância da Revolução de 1817 e seu sentido republicano; lembrar da importância da Revolução de 1817 para os dias atuais, contextualizando as ideias de liberdade de expressão e religiosa com o momento presente e ajudar aos professores de ensino fundamental e médio para que façam uma discussão em sala de aula de todos os ideais revolucionários”, informou.

De acordo com pesquisa do historiador Edvaldo Lira, a Revolução de 1817 envolveu três províncias nordestinas (Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte). “Aqui, ela chegou, principalmente, a partir de Itabaiana e Pilar, pelas mãos de um ex-seminarista de Olinda, e também maçom, Manoel Clemente Cavalcanti”, revelou. “Na capital, as lideranças maiores foram: Francisco José da Silveira (membro do governo), Amaro Gomes Coutinho (coronel), José Peregrino Xavier de Carvalho (tenente) e o tenente-coronel Estevam José Carneiro da Cunha, que libertaram a Paraíba, através de uma proclamação, em 13 de março de 1817”, adiantou.

PRESOS E CONDENADOS - Como medidas para mudar as leis vigentes na então província da Parahyba, os revolucionários estaduais criaram leis que diminuíram os impostos e, até mesmo, mudaram a bandeira da Província, confeccionando um artefato todo branco, com vários símbolos: a cruz, o arco-íris, o sol e as três estrelas, representando as três províncias rebeladas. Mas, apesar dos avanços, a Revolução foi derrotada na Paraíba: em 6 de maio de 1817, os realistas (adeptos do rei) dominaram a capital e prenderam os rebelados.
Os revolucionários foram, então, julgados e condenados em Recife. Em represália, tiveram seus corpos esquartejados e as cabeças e corpos expostos à visitação popular, nas principais ruas da capital paraibana. A liderança Amaro Gomes Coutinho foi colocada na Ladeira de São Frei Pedro Coutinho, nas proximidades do Hotel Globo; enquanto que os restos mortais de José Peregrino de Carvalho puderam ser vistos nas Trincheiras, nas mediações da Igreja de Lourdes.

RESTAURAÇÃO DA HISTÓRIA - Para (re)lembrar os passos da Revolução de 1817, nos anos posteriores, foram confeccionadas várias placas alusivas à morte das principais lideranças paraibanas. No entanto, com o passar do tempo, essas placas foram se deteriorando e se encontravam praticamente apagadas, até serem restauradas e recuperadas pela equipe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba.

O historiador Edvaldo Lira, do Iphaep, explica o porquê da importância do debate desta quinta-feira, que acontecerá no Palácio da Redenção. Sede do Governo da Paraíba, no local também pode ser visto um quadro de Antônio Parreira, alusivo à Revolução de 1817. A obra está, inclusive, aberta à visitação pública e já foi restaurada pelos técnicos do Iphaep. “A comemoração do bicentenário da rebelião vai permitir que os paraibanos, em particular, lembrem o quanto foi importante aquela Revolução de 1817”, diz o historiador. “Até porque estamos comemorando as ideias e atitudes daqueles que consideramos verdadeiros patriotas, sonhadores da liberdade e de uma Nação brasileira soberana”.

Secom-Pb

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