Queda da Selic deve contribuir para retomada do crescimento, diz Banco Central

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, defenderá no Japão, a partir do próximo domingo, que a queda da Selic (a taxa de juros da economia) deve contribuir para a retomada do crescimento no Brasil. Goldfajn participará de eventos ligados à Reunião Bimestral de Presidentes de Bancos Centrais, promovida pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). Os apontamentos do presidente, a serem feitos nos eventos do BIS, foram divulgados há pouco pelo BC.

“O afrouxamento da política monetária (a queda da taxa Selic) deve contribuir para a retomada do crescimento, complementado por outros esforços políticos. Quanto mais perseverarmos nas reformas e nos ajustes da economia, mais rápido será a recuperação da economia, levando à criação de empregos e de renda para o povo brasileiro”, diz Goldfajn.

Goldfajn repetiu ainda uma ideia que consta em documentos recentes do BC, como a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom): a de que o ritmo de corte da Selic depende da extensão do ciclo e da antecipação de cortes. Por sua vez, essa antecipação de cortes depende da evolução da atividade econômica, de fatores de risco e das projeções e expectativas de inflação. “O Comitê de Política Monetária considera o ritmo atual de cortes apropriado; no entanto, o contexto econômico atual exige o monitoramento dos desenvolvimentos dos determinantes do ciclo de antecipação de cortes”, reafirma Goldfajn.

O presidente do BC também retoma a ideia de que as taxas de juros real e nominal estão em queda no Brasil. Neste caso, ele cita a queda de 300 pontos-base da Selic nos últimos meses e a expectativa de continuidade da baixa. “A taxa de juros real também cedeu de valores próximos de 9% em 2015 para em torno de 4,5% atualmente”, afirma. “Uma vez mais, a evidência empírica corroborou a importância da política monetária, assim como a importância da política econômica global, para o controle da inflação”, diz Goldfajn.

O presidente do BC afirma ainda, nos apontamentos, que no Brasil várias reformas e ajustes impulsionaram a confiança e reduziram a percepção de risco da economia brasileira. “Persistir nesta direção, em especial com a aprovação da reforma da Previdência e outras reformas para impulsionar a produtividade, será crucial para dar suporte ao processo de desinflação e para a queda da taxa de juros neutra”, diz.

Goldfajn repete ainda que, em um contexto de gradual recuperação da atividade global, o cenário global atual é “particularmente incerto”.

Istoé / Estadão
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