Deputados debatem casos de Microcefalia na Paraíba em Audiência Pública

A audiência teve a presença de professores, estudantes, médicos e enfermeiros interessados no assunto. 

A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), através da Comissão de Saúde, Saneamento, Assistência Social, Segurança Alimentar e Nutricional, realizou no final da tarde desta terça-feira (24) uma Audiência Pública com o objetivo de debater os casos de microcefalia registrados nos últimos dias no Estado.

O encontro contou com a presença do deputado Ricardo Barbosa, autor da propositura, dos deputados Hervázio Bezerra, João Gonçalves e Janduhy Carneiro. Também estiveram presentes representantes da Secretaria Estadual de Saúde, Hospital Arlinda Marques, Maternidade Frei Damião, dentre outros órgãos e instituições. Além disso, a audiência teve a presença de professores, estudantes, médicos e enfermeiros interessados no assunto.

Para o deputado Ricardo Barbosa o registro de casos de microcefalia são preocupantes e precisam ser debatidos. "Os recentes casos de microcefalia subitamente extrapola todas as estatísticas e é preciso tomar providências para debater o assunto e busquemos ações rápidas e efetivas para evitar que esse número aumente. Temos que estudar o assunto de forma esmiuçada para nortear ações que possam culminar no controle dessa doença", assegurou o parlamentar.

Já a médica e professora universitária Rosemary Ribeiro Sales, especialista em Saúde da Mulher e Obstetrícia Sanitária, fez uma explanação sobre o problema. "O assunto é preocupante. Ainda estamos em alerta, com muita cautela. Mas precisamos estar preparados para enfrentar esse problemas implementando ações e protocolos", ressaltou.

A médica garantiu ainda que com os casos registrados recentemente se torna necessária uma união de esforços em busca de ações efetivas de combate a microcefalia. "Os estados precisam de um maior apoio do Governo Federal para aumentar a oferta de pesquisa e ações. Temos de investigar porque ainda não podemos afirmar que o zika vírus é o causador desses casos de microcefalia", ponderou.

Já Maria das Graças de Azevedo Santos, promotora de Saúde, destacou a importância da sociedade cuidar das mulheres grávidas."A mulher grávida já fica no estado de saúde delicado e receber um diagnóstico como a microcefalia coloca a mãe em situação bastante delicada. Ela precisa de um atendimento diferenciado", disse. A promotora ressaltou ainda a necessidade de notificar todos os casos do zika vírus para que se possa deflagar medidas sanitárias para evitar propagação da doença.

A gerente Operacional de Vigilância Epidemiológica, Isabel Sarmento, falou sobre as ações que o Governo do Estado tem feito para combater a proliferação do mosquito transmissor do vírus como a utilização de carros fumacê e falou também da importância da população participar evitando o acúmulo de água em recipientes dentro de casa.

Microcefalia

O surto foi identificado em Pernambuco com 26 casos no dia 22 de outubro. No dia 11 foi decretada Emergência em Saúde Pública de Importância. No dia 17 de novembro o número chegou a 399 casos.

O Ministério da Saúde já notificou, até esta terça, 739 casos suspeitos de microcefalia em 160 cidades de nove estados. Somente na Paraíba já foram registrados 104 casos da doença em 32 municípios. João Pessoa tem 50 casos. Até o momento, a principal hipótese é que a doença seja causada pelo contágio por zika vírus, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, assim como a dengue e o chikungunya.

A microcefalia é uma anomalia congênita e pode ser identificada ainda durante a gestação. A microcefalia faz com que o bebê nasça com o crânio menor do que o normal e causado problemas de desenvolvimento por conta da má formação do sistema nervoso. (Agência ALPB)
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