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- Pixuleco, boneco inflável alusivo ao ex-presidente Lula
(Foto: Ueslei Marcelino/Reuters).
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O ministro Teori Zavascki,
relator dos processos do petrolão no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou
nesta sexta-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja ouvido,
como informante, nas investigações da Operação Lava Jato. Com isso, o maior
escândalo de corrupção da história da República chega definitivamente ao
ex-chefe máximo do país. No despacho, Zavascki também permitiu que sejam
tomados os depoimentos de ex-ministros do governo petista, como Ideli Salvatti
e Gilberto Carvalho, e dos ex-presidentes da Petrobras José Sergio Gabrielli e
José Eduardo Dutra, do ex-tesoureiro da campanha de Dilma em 2010, José de
Filippi Junior, e do ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, ele próprio um dos
presos pela Operação Lava Jato.
No
início de setembro, o delegado Josélio Azevedo Sousa solicitou ao Supremo
Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente fosse ouvido nas investigações do
propinoduto armado para assaltar a Petrobras. Conforme o documento, o
ex-presidente pode ter sido "beneficiado pelo esquema em curso na
Petrobras, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu
governo". O pedido da Polícia Federal é em parte amparado nos depoimentos
do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa e do ex-gerente de Engenharia da estatal Pedro Barusco.
O
pedido para que o petista prestasse depoimento faz parte de um dos inquéritos
da Operação Lava Jato em que são investigados, entre outros, o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Ciro Nogueira (PP-PI), o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e parlamentares.
"Atenta
ao aspecto político dos acontecimentos, a presente investigação não pode se
furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa do então presidente da
Republica Luiz Inácio Lula da Silva, que, na condição de mandatário máximo do
país, pode ter sido beneficiado pelo esquema em curso na Petrobras, obtendo
vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a
manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios
ilícitos na referida estatal", diz a PF.
'Eles
sabiam' - Para embasar o pedido, o delegado cita a delação premiada em que o
doleiro Alberto Youssef confirma que Lula e integrantes do Palácio do Planalto
tinham conhecimento do esquema criminoso do petrolão. O teor desta delação foi
revelado por VEJA. "A presente investigação não pode estar dissociada da
realidade fática que ela busca elucidar e, no presente caso, os fatos
evidenciam que o esquema que por ora se apura é, antes de tudo, um esquema de
poder político alimentado com vultosos recursos da maior empresa do
Brasil", completa a polícia.
Segundo
os investigadores, os depoimentos poderiam esclarecer pontos como por que nove
ministros e ex-ministros de Estado são citados ou investigados como
beneficiários diretos do esquema de corrupção e como o governo federal nomeou
diretores para a estatal do petróleo "em troca de apoio político".
"Neste cenário fático, faz-se necessário trazer aos autos as declarações
do então mandatário maior da nação, Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de que
apresente a sua versão para os fatos investigados, que atingem o núcleo
político-partidário de seu governo", diz a PF. (Veja)
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