O soldado da Polícia Militar Flávio
Oliveira da Silva, 32 anos, acusado de atirar e matar o cabo Adriano Batista da
Silva, 41, no domingo será expulso da corporação. A informação é do secretário
de Defesa Social, Alessandro Carvalho. “O soldado efetuou o disparo de forma
covarde, pelas costas, sem qualquer chance de defesa. Não vejo outra
alternativa a não ser expulsá-lo, diante do crime bárbaro que ele cometeu”,
argumentou o secretário ontem pela manhã, no Comando-Geral da PM, no Derby,
área central do Recife, em solenidade de conclusão do curso que formou mais
1.117 soldados. O secretário considerou ter havido “uma fatalidade”.
Questionado se o
homicídio poderia ter sido evitado, o secretário afirmou que “infelizmente, não
foi”. Alessandro Carvalho também isentou o Estado de responsabilidade, alegando
que o policial passou por exames psicotécnicos realizados por junta médica
capacitada, e que o processo é feito com muito cuidado. “Não é o comandante do
Batalhão nem o comandante-geral nem o secretário que têm capacidade para dizer
se o profissional pode estar nas ruas ou não”, ressaltou.
Na mesma solenidade, o
governador Paulo Câmara (PSB) classificou o assassinato do cabo como um “caso
isolado”. “Entendemos que fatos como esse exigem reflexão. Vamos ver o que pode
ser melhorado e se os protocolos estão sendo cumpridos. Situações como essas
são isoladas, não fazem parte do nosso dia a dia, mas é um alerta e precisa ser
devidamente trabalhado”, afirmou.
Para o presidente da
Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Albérisson Carlos, o policial
acusado de assassinar o colega deveria ter sido afastado das funções. “Esse
crime poderia ter sido evitado. Um policial numa condição dessa jamais deveria
estar na rua. Quando se instrumentaliza alguém assim com arma, você coloca em
risco a vida dos outros”, afirmou.
Apresentados no Quartel
do Derby, os soldados recém-formados foram aprovados no concurso de 2009 e
devem reforçar a segurança em Pernambuco. O efetivo participará de estágio por
15 dias nas ruas do Grande Recife. Farão policiamento a pé, nos turnos da manhã
e da tarde, em vias de grande circulação de pessoas. Após o estágio, serão
distribuídos para batalhões. (N10)
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