O Forte de Orange em Itamaracá - entenda a importância dele durante as Invasões Holandesas

- Ruínas de um canhão no Forte Orange, na Ilha de Itamaracá, Pernambuco.
A região Nordeste do Brasil, no século XVII, protagonizou um período de intensa atividade comercial, envolvendo sobretudo o açúcar, e também intensas contendas e conflitos armados. Isso aconteceu, sobretudo, porque, a partir da década de 1630, a então Capitania do Pernambuco foi dominada pelos holandeses, no episódio conhecido como “Invasões Holandesas”.

Acima, ruínas de um canhão no Forte de Orange, localizado na ilha de Itamaracá, Pernambuco

Os holandeses estabeleceram-se aqui e em outras colônias de Portugal, como as que ficavam na Costa Oeste da África, porque esses locais, nessa época, estavam sob o domínio espanhol (a Espanha era rival econômica, política e religiosa da Holanda), haja vista que havia ocorrido a União Ibérica (união dos tronos português e espanhol) em 1580.

Como a sede da Capitania de Pernambuco, a cidade de Recife, estava à beira-mar, os domínios holandeses do Brasil podiam ser facilmente interpelados por outros invasores ou por manobras militares marítimas espanholas. Uma das medidas imediatas que os holandeses tomaram foi a criação de fortes (construções militares fortificadas com pedras e armadas com canhões), como o Forte de Orange, também conhecido como o Forte de Itamaracá, pois está situado na Ilha de Itamaracá, Pernambuco.

Esse Forte começou a ser erguido em 1631, um ano após os holandeses terem tomado Recife. Quem ordenou a construção foi o oficial holandês Steyn Callenfels. O nome “Orange” remete à dinastia que governava a Holanda (Países Baixos) à época das invasões. Além de ser um lugar apto para estratégias militares, a ilha de Itamaracá, onde o Forte foi construído, também era decisiva para o fluxo de mercadorias que saía de Olinda e Recife.

O Forte de Orange tornou-se o principal ponto de defesa e de controle econômico do “Brasil Holandês”. Após a expulsão dos holandeses mediante as Batalhas dos Guararapes (1648-49) e a capitulação de Campina de Taborda, em 1654, o Forte de Orange foi dominado e utilizado por forças luso-brasileiras.

Nos séculos seguintes, o Forte tornou-se inutilizado e só passou a despertar interesse no século XX, em razão de pesquisas arqueológicas que nele estudavam o modo como os holandeses erguiam as muralhas (que tipo de tecnologia eram empregada) e os vestígios encontrados, como projéteis de chumbo, estatuetas esculpidas em osso, fornilhos de cachimbos, entre outras coisas.

Por Me. Cláudio Fernandes
Brasil Escola

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