Graças à neurotecnologia: paralíticos vão ser capazes de manipular objetos a partir de dispositivos robóticos, diz agência

SENSORIAL. Com eletrodos implantados no cérebro e componentes robóticos, pacientes ganham sensação quase natural de toque.

Um indivíduo de 28 anos paralítico há mais de uma década como resultado de uma lesão da medula espinhal se tornou a primeira pessoa a ser capaz de “sentir” sensações físicas graças a uma mão protética diretamente ligada ao seu cérebro, e até mesmo identificar qual dedo mecânico está sendo tocado delicadamente.

De acordo com um comunicado da agência governamental americana DARPA, o avanço, possibilitado pelas tecnologias neurais sofisticadas desenvolvidas no programa Revolutionizing Prosthetics (Revolucionando Próteses) do órgão, iniciado em 2006, aponta para um futuro em que as pessoas que vivem com membros paralisados ou amputados não só serão capazes de manipular objetos enviando sinais a partir de seu cérebro para dispositivos robóticos, mas também poderão sentir precisamente o que esses dispositivos estão tocando.

“Nós completamos o circuito”, disse o gerente do programa DARPA Justin Sanchez. “Membros protéticos que podem ser controlados por pensamentos estão mostrando ser uma grande promessa. Mas sem sinais de feedback viajando de volta para o cérebro, pode ser difícil alcançar o nível de controle necessário para realizar movimentos precisos. Pelo fato de conectar por meio de um fio a sensação de toque de uma mão mecânica diretamente ao cérebro, este trabalho mostra o potencial de restauração biotecnológica contínua de uma função quase natural”.

COMO FUNCIONA

O trabalho clínico envolveu a colocação de matrizes de eletrodos no córtex — região do cérebro responsável pela identificação de sensações táteis, como a pressão. Além disso, a equipe colocou matrizes de eletrodos no córtex motor do voluntário, a parte do cérebro que dirige os movimentos do corpo.

O vídeo em https://youtu.be/YJMckMlaPrY mostra a apresentação completa de Sanchez no evento, mas avançando até a posição 3’35” chega-se ao ponto em que ele explica o experimento da prótese que sente:

Fios elétricos ligaram as matrizes sobre o córtex a uma mão mecânica desenvolvida pelo Laboratório de Física Aplicada (APL) da Universidade Johns Hopkins. Isso deu ao voluntário Nathan — cuja identidade completa não está sendo divulgada para proteger sua privacidade — a capacidade de controlar os movimentos da mão com seus pensamentos, um feito anteriormente realizado no âmbito do programa DARPA por outra pessoa com lesões semelhantes.

Então, abrindo novos caminhos na neurotecnologia, os pesquisadores passaram a fornecer ao voluntário um sentido de tato. A mão do APL contém sensores de torque sofisticados que podem detectar quando a pressão está sendo aplicada a qualquer um de seus dedos, e pode converter essas “sensações” físicas em sinais elétricos. A equipe usou fios para encaminhar esses sinais para as matrizes no cérebro do voluntário.

No primeiro conjunto de testes, no qual os pesquisadores tocaram suavemente cada um dos dedos da mão protética enquanto o voluntário estava com os olhos vendados, ele foi capaz de relatar com quase 100% de precisão qual dedo mecânico estava sendo tocado. A sensação, disse ele, era como se a própria mão estivesse sendo tocada. (Com Gazeta de Alagoas e Agências)

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