| ARTIGO | Mulheres
sofrem mais com o término de relacionamentos amorosos, embora se recuperem
deles mais rapidamente do que homens.
Essa
é a conclusão de uma pesquisa conduzida por cientistas britânicos e americanos
em que foram analisadas as diferenças nas reações entre os gêneros a
rompimentos emocionais.
Os
resultados, publicados na revista científica Evolutionary Behavioural Sciences,
revelam que mulheres sofrem maior impacto emocional e físico.
No
entanto, elas tendem a se recuperar mais rapidamente do que homens e se tornam
emocionalmente mais fortes.
Por
outro lado, segundo os pesquisadores, homens tendem a não se recuperar
totalmente, e simplesmente seguem adiante.
O
estudo foi resultado de uma parceria entre a Universidade de Binghamton, em
Nova York (EUA), e britânica University College London.
Segundo
Craig Morris, pesquisador em antropologia da Universidade de Binghamton e
coordenador da pesquisa, as diferenças tem razões biológicas.
"Basicamente,
mulheres evoluíram para investir muito mais em um relacionamento do que
homens", disse ele.
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Razões
evolutivas
"Um
breve encontro romântico poderia resultar em uma gravidez, seguida de anos de
amamentação para mulheres ancentrais, enquanto homens podiam ir embora poucos
minutos após esse contato, sem qualquer 'investimento biológico'", diz
ele.
"É
esse 'risco' de maior investimento biológico que, em termos evolutivos, fez as
mulheres ficarem mais exigentes na escolha de um parceiro de qualidade.
Portanto, a perda de um relacionamento com um parceiro de qualidade é mais
dolorosa para as mulheres", acrescenta.
Por
outro lado, homens têm evoluído para competir pela atenção das mulheres e,
portanto, a perda não "machuca" tanto no início, explica o
pesquisador.
Por
outro lado, ressalta Morris, "homens provavelmente sofrem mais
profundamente a dor da perda, e por um longo tempo, pois entendem que precisam
recomeçar a competir para substituir aquilo que perderam".
Segundo
ele, homens tendem a reagir a uma ruptura de maneira mais autodestrutiva.
"Pode levar meses ou anos. Eles tendem a 'seguir adiante' com frequência
para outro relacionamento", diz ele.
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doméstica
Sofrimento
curto
A
pesquisa colheu depoimentos de 5.705 pessoas de diferentes países que
responderam a uma pesquisa acadêmica na internet.
Os
participantes tiveram de descrever como reagiram emocionalmente pelo término de
uma relacionamento e que tipo de respostas físicas experimentaram.
Eles
também eram convidados a dar notas de 1 (nenhuma) a 10 (insuportável) às
próprias reações físicas e emocionais.
Em
geral, tanto homens quanto mulheres sentem uma intensidade semelhante de
emoções. Por exemplo, entre as reações físicas, a insônia foi descrita como a
reação mais intensa para ambos os sexos. E entre as respostas emocionais, a
raiva ficou em primeiro lugar.
As
mulheres relataram uma intensidade maior que a dos homens em quase todos os
fatores após o rompimento: no que se refere às emoções, as principais reações
foram raiva, ansiedade, depressão, medo e piora no desempenho no trabalho e nos
estudos.
Em
relação às reações físicas, figuraram no topo reações como náuseas ou
incapacidade de comer, ataques de pânico, alterações indesejadas de peso e
piora do sistema imunológico.
Enquanto
isso, homens apresentaram maior intensidade apenas em dois fatores de reação
emocional: perda geral de concentração e insensibilidade emocional.
Luto
após ruptura
Segundo
Morris, a maioria das pessoas experimenta uma média de três rupturas amorosas
antes de atingir 30 anos de idade.
Ele
conta que pelo menos uma delas dói o suficiente para afetar substancialmente
nossa qualidade de vida durante semanas ou meses.
"As
pessoas perdem empregos, estudantes deixam de frequentar aulas e alguns
indivíduos podem desenvolver padrões extremamente destrutivos de comportamento
depois de uma separação", disse Morris.
De
acordo com o pesquisador, entender melhor essas reações podem ajudar a suportar
a dor após o fim de um relacionamento, bem como tentar mitigar seus efeitos em
indivíduos de alto risco. (BBC)
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