Camila Toscano profere palestra no lançamento do movimento ‘Mais Mulheres na OAB’

| IGUALDADE DE GÊNERO | A deputada estadual, Camila Toscano (PSDB), proferiu palestra nesta terça-feira (8), durante o lançamento oficial do movimento “Mais Mulheres na OAB” na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba. Durante o evento, também foi realizada a entrega do título de cidadão paraibano ao presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coelho.

O “Mais Mulheres na OAB” propõe o fortalecimento e a valorização da mulher advogada, e está alinhado com as lutas das mulheres pela igualdade de gênero e maior representação feminina nos espaços de poder. Em sua fala, Camila, que é advogada militante, defendeu mais presença das mulheres paraibanas a política e na advocacia como forma de fortalecer a democracia e promover a equidade de gêneros.

 “Temos conquistado nosso espaço profissional, apesar das dificuldades que enfrentamos no dia a dia em conciliarmos nossa condição de mães e nossa profissão. Mas, o papel da mulher não deve ser discutido apenas em termos de trabalho, mas dentro de uma perspectiva abrangente de democracia e acima de tudo com o olhar voltado para a luta contra a exclusão social”, destacou a deputada.

Camila disse ainda que a discriminação da mulher ainda é notória em diversas áreas. Ela afirmou que há a marginalização da vida política e pública; impunidade da violência contra as mulheres; desvantagem no mercado de trabalho e ainda o conservadorismo sobre seu papel e imagem perante a sociedade.

No discurso, a deputada destacou que a advocacia era conhecida como uma profissão dominada pelo sexo masculino. “Fomos excluídas do mundo das Ciências Jurídicas. A partir dos anos 60 cresceu o número de mulheres graduadas em ciências jurídicas e num processo gradativo a ocupação das mulheres na magistratura brasileira, inclusive na Paraíba”, lembrou.

Mulheres Advogadas - A parlamentar frisou ainda que embora a realidade apresentada tenha se modificado com o tempo, a profissão ainda tem sua maioria masculina. Atualmente segundo estatísticas dos 962.484 advogados inscritos na OAB, 445.619 são do sexo feminino e 516.865 do sexo masculino. Na Paraíba dos 11.634 advogados inscritos na OAB, 4.840 são mulheres e 6.794 homens.

“As advogadas profissionais liberais, além de enfrentarem o sexíssimo de profissão, ainda acumulam dificuldades decorrentes da condição de mulher no mercado de trabalho. Há necessidade de criar espaços para facilitar as atividades da advogada mãe como creches, escola de tempo integral, condições de trabalho nas delegacias, presídios e proteção à família”, frisou.

A deputada revelou que, no âmbito do setor público, na Paraíba, como representante do poder legislativo, encaminhou projeto a OAB, seccional da Paraíba, objetivando a regularização do advogado servidor, inserindo o no Capitulo “Das Funções Essenciais à Justiça”. “Atualmente o advogado servidor faz parte do grupo ocupacional Outras Atividades de Nível Superior. Nesse aspecto nós propomos em realizar uma audiência pública com a participação da OAB Estadual e Nacional”, contou.

Política - Já na política, Camila disse que diversos fatores, tais como a elevada carga de trabalho, com jornada tripla; o caráter machista da sociedade e o domínio masculino dos partidos limitam e impedem a presença da mulher na política.

​“Hoje somos maioria da população (51%), maioria do eleitorado (52%), porém a representatividade feminina na política brasileira e de apenas 9,9% no Brasil. Na Assembleia Legislativa da Paraíba temos uma participação diminuta, dos 36 deputados eleitos apenas 03 são mulheres. Hoje represento a Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade de Oportunidades, espaço onde pretendo realizar um trabalho em prol de nosso gênero, buscando integrada com entidades governamentais e não governamentais, construirmos uma sociedade justa, igualitária e solidária”, afirmou a deputada.

Machismo - A deputada finalizou dizendo que as conquistas chegaram através de sacrifício, mas que ainda falta muito, pois, segundo ela, a revolução mais difícil de ser feita é a revolução de valores culturais. “Até mesmo nós mulheres em muitas ocasiões reproduzimos o machismo, portanto só a educação tem a capacidade de transformar e o amor à capacidade de igualar”, disse. (Assessoria)
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