Legenda
vem demonstrado instatisfação com o tratamento recebido pela presidente Dilma
Rousseff. Até Lula foi chamado para evitar que a faísca se torne um incêndio.
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- No programa
partidário, Michel Temer mostrou como seria uma gestão do PMDB - Foto:
Alexandre Gondim/JC Imagem -
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O
PMDB, maior partido do País hoje, já deu o alerta: está insatisfeito com o
tratamento recebido pelo governo federal. Com 71 parlamentares na Câmara dos
Deputados e 18 senadores, a legenda tem um poder de governabilidade maior do
que o próprio PT, que comanda o País e conta com 65 deputados federais e 13
senadores. Além disso, o PMDB tem o vice-presidente Michel Temer, o presidenre
da Câmara, Eduardo Cunha, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, e seis
ministros. A presidente Dilma Rousseff, queixam-se os peemedebistas, parece não
enxergar esse tamanho e esse poder. A ponto Code passar vários dias sem
despachar com o vice.
O
desconforto é tanto que o ex-presidente Lula precisou ser acionado para apagar
um iminente incêndio. Esta semana, ele reuniu-se com a cúpula do partido e
levou o recado a Dilma de que os peemedebistas precisam participar mais da
gestão. Deu resultado: a presidente se reunirá com PMDB amanhã.
O
alerta da insatisfação foi demonstrado no programa partidário, exibido na
última quinta-feira. O PMDB deu o tom: a legenda pode estar se afastando do PT,
que sequer foi citado como aliado, assim como a presidente Dilma Rousseff. Pelo
contrário, o programa abriu com as frases “Não são as estrelas que vão me
guiar. São as escolhas que vão me levar”. Não precisa lembrar, mas o PT tem
como símbolo a estrela.
Na
avaliação do cientista político Thales Castro, o PT é refém do PMDB por conta
da maioria no Congresso. Para ele, o partido tentou mostrar-se como uma
alternativa capacitada para gerir o País diante da possibilidade do impeachment
de Dilma sair do papel. Castro usa como exemplo o próprio programa partidário.
“Temer fala como seria uma gestão do PMDB, mostra uma listagem do que o partido
pode oferecer ao País, mostrando autonomia”, disse. O vice-presidente abordou
temas como reforma política, liberdade de informação, defesa da iniciativa
privada e um novo programa de ajustes, além da sustentação dos programas
sociais.
E
sendo PMDB, que sopra mais afaga, o programa procurou mostrar um texto que
agradasse à situação e à oposição, citando a divisão do País nas eleições do
ano passado, sem esquecer que o PSDB também quer ver a ruína do PT.
Na
opinião do prefeito de Petrolina, Julio Lossio (PMDB), defensor da aliança com
Dilma, a ausência do PT foi vista como natural. “Claro que em sendo programa
PMDB, a ênfase deve ser dada ao partido. Nenhum partido cita outro partido em
sua inserção”, justifica. “Todo partido deve buscar protagonismo. Às vezes
somos obrigados a fazer composições, seja como ator ou coadjovante”,
acrescenta.
O
líder do PT no Senado, Humberto Costa, também não vê a atitude do PMDB como
distanciamento, mas como uma maneira do partido se afirmar. “Eles sabem que
passaram a ter um papel importante na governabilidade e talvez já estejam
pensando em lançar um candidato a presidente em 2016. Há um desejo do PMDB de
ser protagonista diante do tamanho do partido”, reconhece o senador. (Jornal do
Comércio)
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