De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de mama é o tipo de tumor mais comum entre as mulheres em todo o mundo. No Brasil, dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que o país deve registrar 73.610 novos casos da doença em 2025. Mas, apesar de sua alta incidência, o câncer de mama tem altas chances de remissão. Segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), quando diagnosticado em estágio inicial, a taxa de pode chegar a 90%.
O mastologista da Hapvida, Giovanni Freitas, destaca que, atualmente, com uma abordagem multidisciplinar, é possível reduzir de forma significativa a mortalidade e oferecer um tratamento mais eficaz. O levantamento mais recente do Inca mostra que há uma tendência de redução da mortalidade entre mulheres de 40 a 49 anos, resultado do maior acesso ao diagnóstico precoce e aos avanços no tratamento. Porém, a doença ainda é cercada por desinformação, o que pode dificultar a prevenção.
Um dos equívocos mais comuns é acreditar que apenas quem tem casos de câncer de mama na família está em risco. Giovanni Freitas explica que a grande maioria dos casos não têm origem hereditária. Ele destaca ainda que o estilo de vida desempenha papel importante. “Manter o peso ideal, evitar o consumo de álcool e o tabagismo e praticar atividade física regularmente podem reduzir as chances de desenvolver a neoplasia”, afirma.
O mastologista explica que cerca de 70% dos tumores são hormônio-dependentes. Segundo ele, mulheres que nunca engravidaram permanecem por mais tempo expostas aos hormônios ovarianos (estrogênio e progesterona), o que eleva o risco de desenvolver a doença. Giovanni acrescenta que os dados sobre a terapia de reposição hormonal também apontam para um aumento nesse risco.
Já a amamentação pode auxiliar a prevenção. “Durante esse período, ocorre uma suspensão temporária da produção de hormônios ovarianos, o que reduz os estímulos hormonais relacionados ao desenvolvimento de tumores”, explica.
Mitos – O câncer de mama é envolto em muitos mitos populares. O especialista afirma que mitos relacionados ao uso de sutiãs apertados, ao hábito de guardar o celular nessa região ou ao uso de desodorantes antitranspirantes não têm relação comprovada com o surgimento da doença. Além disso, o câncer de mama não atinge apenas as mulheres. “Embora seja raro, o câncer de mama também pode acometer homens”, observa o mastologista.
Sintomas e prevenção – O Inca aponta que os principais sintomas do câncer de mama são a presença de um nódulo (geralmente indolor) na mama, no pescoço ou na axila; alterações na pele, como inchaço, vermelhidão ou aspecto de “casca de laranja”; mudança no formato do mamilo; e secreção anormal.
A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que as mulheres realizem a mamografia anualmente a partir dos 40 anos. O mastologista alerta que, nos casos em que há histórico familiar da doença, o acompanhamento deve começar mais cedo, com exames regulares e orientação médica específica. (*) Ascom

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