DIA NACIONAL DA SAÚDE BUCAL.

Foto: Freepik / Créditos.
A atenção à saúde bucal deve começar ainda na infância. Segundo dados do Ministério da Saúde divulgados em 2024, 53,17% das crianças de 5 anos não apresentam cáries – um avanço de 14% em relação a 2010, quando apenas 46,6% estavam livres da doença. O cuidado precoce com a higiene bucal, aliado à orientação dos responsáveis e às visitas regulares ao dentista, é fundamental para prevenir cáries e evitar problemas futuros no desenvolvimento da arcada dentária.
Celebrado no 25 de outubro, o Dia Nacional da Saúde Bucal reforça a importância da prevenção e dos cuidados contínuos para manter dentes e gengivas saudáveis. A dentista da Hapvida, Vanessa Inocêncio, explica que a atenção deve começar antes do que se imagina. “Os pais devem se preocupar com a higiene bucal desde o nascimento. Mesmo antes dos dentes aparecerem, é importante limpar a gengiva com uma gaze ou algodão úmido após a amamentação, para evitar o acúmulo de resíduos de leite”, orienta.
Com o nascimento do primeiro dente, inicia-se também a escovação. A especialista destaca que, a partir desse momento, já é necessário utilizar uma escova adequada e uma pequena quantidade de creme dental com flúor – o equivalente à metade de um grão de arroz. “A escovação deve ser feita após as refeições, limpando a frente e a parte de trás dos dentes, além da língua”, explica. O uso do fio dental também deve ser incorporado desde cedo. “Assim que a criança tiver dois dentes próximos, pois ele limpa os espaços que a escova não alcança”, reforça Vanessa.
Prevenção – Além da higiene, hábitos alimentares também influenciam na saúde bucal. Vanessa alerta que o consumo excessivo de doces e bebidas açucaradas, sem a limpeza adequada, é uma das principais causas de cáries na infância. Ela recomenda que sempre que a criança consumir doces, o ideal é escovar os dentes em até 30 minutos depois.
Inocêncio também chama atenção para os riscos do uso prolongado de chupetas, bicos e mamadeiras, que podem causar má formação dentária. “Esses hábitos podem gerar mordida aberta. O ideal é retirá-los até os dois anos e meio ou três anos, para evitar problemas que exijam tratamento ortodôntico no futuro”, alerta.
Entre os principais problemas bucais que podem surgir na infância estão as cáries, traumas dentários e a falta de espaço para os dentes permanentes. A dentista frisa que, quando o dente de leite sofre algum impacto, a lesão pode afetar o permanente em formação, provocando manchas ou deformações. A ausência de acompanhamento odontológico também pode levar ao surgimento de cáries em estágio avançado e lesões mais profundas. Em alguns casos, é necessário recorrer a tratamentos ortodônticos ou ortopédicos para garantir espaço adequado.
O ideal é que a criança vá ao dentista a cada seis meses, orienta a especialista. “Nessas consultas, o profissional avalia o desenvolvimento bucal, identifica se há necessidade de usar algum aparelho durante a fase de crescimento e verifica se os dentes estão nascendo ou sendo trocados no tempo certo. As visitas regulares também ajudam a detectar cáries iniciais, infiltrações e outros problemas que muitas vezes não são visíveis. Além disso, o dentista observa questões de higienização e possíveis alterações, como o freio lingual, que pode interferir na fala”, ressalta.
Para Vanessa, os cuidados desde a infância refletem diretamente na vida adulta. “Quando a criança aprende a cuidar da boca desde cedo, tende a se tornar um adulto com bons hábitos de higiene e menos propenso a desenvolver problemas bucais. A prevenção é sempre o melhor caminho”, conclui. (*) Ascom
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