Bem-Estar: Brasileiros passam mais de 9 horas por dia conectados; hobbies offline podem ser antídoto para o cansaço digital

Foto: Divulgação / Ascom. 

Nas redes sociais, é fácil deparar com tutoriais e relatos de quem decidiu trocar a rolagem infinita por atividades envolvendo costura, crochê, pintura e até mesmo cuidado com plantas. Os hobbies offline surgem como um respiro necessário, sobretudo em um país como o Brasil, que ocupa o segundo lugar no ranking mundial de tempo de tela — são mais de 9 horas diárias diante dos dispositivos, de acordo com o DataReportal. 


A psicóloga da Hapvida, Michelle Costa, aponta que o consumo excessivo de conteúdo digital provoca uma "alienação" na condição cognitiva e emocional. “São várias imagens, de vários assuntos diferentes, que são absorvidos de forma rápida, sem que o indivíduo possa pensar no que está sendo visto, gerando um vício”, explica. 


Mais do que passatempo, os hobbies offline são uma forma de resgatar a presença no agora e cuidar da saúde mental em tempos acelerados. Segundo Michelle, atividades como costura, pintura ou jardinagem estimulam a concentração, desenvolvem habilidades motoras e, quando praticadas em grupo, fortalecem vínculos sociais. 


Além disso, essas práticas podem até retardar o surgimento do Alzheimer. Um estudo da Rush University, em Chicago, intitulado “Cognitive Activity and Onset Age of Incident Alzheimer Disease Dementia”, reforça essa relação. Pessoas com altos níveis de atividade cognitiva – como leitura, resolução de quebra-cabeças e participação em discussões – foram diagnosticadas com Alzheimer, em média, cinco anos mais tarde do que aquelas com menor engajamento mental. 


Criar espaços na rotina para práticas que não envolvam telas, ainda mais para quem passa o dia conectado por motivos de trabalho ou estudo, é importante. “Quanto mais conseguimos praticar algo offline nas horas livres, melhor será o rendimento no trabalho. A concentração e a socialização melhoram e, além disso, a agilidade em resolver problemas aumenta”, comenta a psicóloga. 


Para quem sente dificuldade de se desconectar, o primeiro passo pode ser simples. Michelle sugere estabelecer regras para o uso de dispositivos eletrônicos e buscar atividades que exijam abstinência digital — de preferência fora de casa. “A rigidez costuma ser maior em casa. Por isso, sair ao ar livre, participar de oficinas, aulas coletivas ou até retomar um hobby da infância pode ser transformador. Em casos mais extremos, a terapia é recomendada”, sugere. (*) Ascom

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