Paraíba: deputado considera decisão do STF sobre linguagem neutra derrota para língua portuguesa e para valores cristãos: “É esdrúxulo”

O deputado estadual Jutay Menezes. Foto: Ascom / Divulgação. 
A derrubada da lei que proíbe o uso de linguagem neutra nas escolas do estado de Rondônia, aprovada na última sexta-feira (10) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é uma derrota primeiramente para a língua portuguesa, avaliou o deputado estadual da Paraíba Jutay Meneses. Para ele, além do prejuízo linguístico, a medida também é nociva para o aprendizado e para a manutenção dos valores cristãos. 

“Eu me recuso a aceitar que estamos caminhando para adotar o uso de ‘todes’, ‘todXs’ ou ‘tod@s’ na nossa comunicação. É esdrúxulo! Acho que a decisão do STF abre precedentes para outras leis que possam permitir o uso desse tipo de aberração em nossa língua. É uma derrota para a língua portuguesa”, opinou. 

Jutay Meneses afirma que linguistas defendem que a chamada linguagem neutra prejudica o aprendizado nas escolas e, ao invés de incluir, provoca exclusão. Isso porque, conforme os especialistas, atrapalha a compreensão das pessoas que têm dislexia, confunde os surdos que se comunicam através da leitura labial e atrapalha também os cegos que lêem através do braile e de softwares, que precisariam ser reconfigurados para esse dialeto.

“Eu vejo com muita preocupação esse entendimento. Esse argumento da inclusão levantado por militantes LGBTQIAP+, não se sustenta. Pelo contrário, essa linguagem traria mais dificuldade e exclusão. É um evidente embate aos valores cristãos. Não podemos aceitar essa situação. Já querem impor banheiros para uso de homens e mulheres e interferem também na gramática da nossa língua. É muito absurdo”, afirmou. 

Entenda – Os ministros do STF concluíram o julgamento na noite da última sexta-feira (10), sobre uma lei do estado de Rondônia que proíbe o uso da chamada linguagem neutra nas escolas estaduais naquele território. Eles consideraram que a lei estadual fere a Constituição uma vez que cabe à União legislar sobre normas de ensino.

A ação analisada foi apresentada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee). A entidade contestou lei de 2021 de Rondônia que proibiu a linguagem neutra na grade curricular e no material didático de instituições de ensino locais, públicas ou privadas; e em editais de concursos públicos.

Linguagem neutra – A linguagem neutra, também conhecida como linguagem não binária, é uma criação do movimento LGBTQIAP+ para evitar o uso dos gêneros masculino e feminino, com o argumento de tornar a comunicação mais inclusiva e menos sexista. Nessa linguagem, os artigos feminino e masculino, como "a" e "o", são substituídos por um "x", "e" ou "@". (*) Ascom

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