Direita quer resgatar eleitorado bolsonarista; Centro busca sair da órbita do PT

Desejo de quebrar a polarização também mobiliza organizações e articulações da sociedade civil que buscam pontos de convergência e agenda além da defesa da democracia. 

Foto: Acesse Politica / Reprodução. 
Encerrado o segundo turno da disputa presidencial de 2022, os atores políticos do centro e da direita que foram tragados pela polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) buscam agora alternativas para formar novos polos de poder.

Com o horizonte das eleições de 2024 (municipais) e 2026 (gerais), a direita fala em se reagrupar com o intuito de resgatar o eleitorado moderado perdido para o bolsonarismo em uma plataforma econômica liberal e o centro planeja uma reengenharia partidária para projetar novas lideranças fora da órbita do PT.

O desejo de quebrar a polarização também mobiliza organizações e articulações da sociedade civil que buscam pontos de convergência e uma agenda além da defesa da democracia.

Com a promessa do ex-presidente Lula de não disputar a reeleição, o caminho natural para o PT seria construir um nome para sua sucessão dentro da sigla. No campo oposto, o bolsonarismo vai tentar manter sua hegemonia antipetista.

Após permanecer neutro no 2° turno, o União Brasil negocia formar uma federação com o PP. Esse consórcio teria mais influência na disputa pela presidência da Câmara e cargos nas comissões do Congresso, mas também entraria junto nas disputas municipais.

Em outra frente, PSDB, MDB, Podemos e Cidadania já traçam as primeiras linhas de um projeto de poder de quatro anos que passa por 2024, mas visa também construir uma alternativa eleitoral para 2026.

O nome que se destaca é o da senadora Simone Tebet (MDB-MS), mas o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) e a eleita em Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB-PE), também são lembrados. "É fundamental criar um polo político fora da polarização. A federação, se der certo, terá esse objetivo", disse o tesoureiro nacional do PSDB, César Gontijo.

'Pautas do País'

Apoiador de Lula no 2° turno, o ex-senador José Aníbal (PSDB-SP) avalia que o "campo democrático" vai procurar se entender sobre pautas para o País. "Hoje há uma frente de setores liberais e de centro que apoia o Lula, mas não está no horizonte que ela se integre ao PT", afirmou o tucano.

Também apoiador de Lula ainda no 1° turno, o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, que foi um dos autores do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), defende que esse campo busque construir uma plataforma voltada para a governança ambiental, social e corporativa, ou ESG na sigla em inglês.

"Tendo a democracia como pressuposto, a tarefa das lideranças agora é reunir os partidos que se identificam nessa agenda. Não é preciso ficar à reboque do PT. Nomes como Simone (Tebet) e Marina Silva (Rede) podem apresentar projetos próprios e se unirem." (*) Pedro Venceslau / Terra


Compartilhe no Google Plus
    Faça seu comentario pelo Gmail
    Faça seu comentario pelo Facebook

0 comments:

Postar um comentário