ABEP aponta que levantamentos não têm o dever de acertar o resultado da votação. Pedidos de inquérito foram feitos por senador, deputado e ministro da Justiça.
A Associação Brasileira das Empresas de Pesquisas (ABEP) divulgou, nesta quarta-feira (5), uma nota repudiando aos pedidos de investigação sobre a atuação dos institutos de pesquisa nestas eleições. No documento, diz receber “com indignação” a instauração dos inquéritos.Foto: Reprodução.
“Pesquisa de intenção de voto não se presta a medir o comportamento do eleitor na hora de votar, mas confere a sua tendência através da verbalização sobre o que pretende fazer. A tradução das intenções de voto em comportamento está sujeita a diversos fatores até o momento da votação, entre eles alterações na vontade do eleitor ou o seu não comparecimento às urnas”, afirma a nota.
A entidade ainda acrescenta que a abertura de investigação “durante o período de campanha do segundo turno, ocasião em que as empresas estão realizando o seu trabalho, demonstra mais uma clara tentativa de impedir a atividade de pesquisa científica”.
Nesta terça-feira (4), o ministro da Justiça, Anderson Torres, pediu à Polícia Federal que abra um inquérito para apurar a atuação dos institutos de pesquisas eleitorais devido às grandes divergências entre o resultado do primeiro turno e os levantamentos divulgados, inclusive no caso de Jair Bolsonaro (PL). O presidente tinha, nos levantamentos, de 36% a 39% das intenções de votos – com margem de erro de dois pontos percentuais. Ele obteve 43,2% nas urnas.
O senador Marcos do Val (Podemos) também encaminhou um pedido para a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigue os institutos de pesquisas. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL) também pressiona a Câmara com o mesmo objetivo.
No Twitter, o deputado Filipe Barros (PL) chegou a ameaçar de investigação os veículos de imprensa que apenas noticiavam as pesquisas eleitorais. “O consórcio formado por esses institutos e parte da imprensa - que ficavam o dia todo repercutindo pesquisas falsas - será investigado em nossa CPI”, escreveu.
A Associação Brasileira de Pesquisas Eleitorais (Abrapel) também prepara uma nota de repúdio, com outras instituições, sobre a judicialização dos métodos de apuração dessas empresas. (*) Yahoo
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