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Foto: Reprodução / Facebook. |
O prêmio, lançado no último mês de setembro pela Funarte, foi uma iniciativa para as comemorações dos 200 anos da independência do Brasil, que estão previstas para 2022. O tema do concurso foram os 200 anos de artes no Brasil. Tarcísio Pereira escreveu uma obra com inspiração na famosa tela do pintor Pedro Américo, notadamente o quadro intitulado “Independência ou Morte”, mais conhecido como “O Grito do Ipiranga”.
O concurso da Funarte, que concede prêmios em dinheiro para os três primeiros colocados de cada região do Brasil, também garante a publicação da obra, devendo ficar à disposição dos leitores em formato Ebook na página da Funarte, por um período de 5 anos. Os três primeiros colocados, pela região Nordeste, são dos estados da Paraíba (para Tarcísio Pereira), além de Ceará e Bahia, respectivamente segundo e terceiro lugares.
A peça premiada de Tarcísio Pereira, que leva o título de Pedro Boi, foi escrita para dois atores e, durante toda a ação, acontece um encontro entre criador e criatura. “Pedro Boi é um personagem extraído da tela de Pedro Américo”, explica o autor. “Quem observar o quadro de Pedro Américo, vai ver aquele homem simples, uma espécie de caipira, puxando um carro de bois com várias toras de madeira. Na composição da pintura, ele é o homem que representa o povo e que assiste a cena do imperador diante da sua guarda, dando o grito da independência. Mas a peça é, ao mesmo tempo, um tributo a Pedro Américo e também um questionamento dessa obra sobre o momento da proclamação”.
A peça acontece na cidade de Florença, Itália, onde o artista pintou o quadro “Independência ou Morte”, no ano de 1888. Tarcísio Pereira imaginou o momento em que Pedro Américo teria terminado a obra encomendada pelo imperador, e tinha pressa de fazer a entrega, já que o Brasil estava no limiar da República e da Abolição da Escravatura.
Quando a peça começa, o pintor Pedro Américo acredita que terminou de pintar a obra por encomenda da família imperial, a qual deverá compor o acervo do Museu do Ipiranga, que na ocasião estava sendo construído. Acontece que Pedro Américo sente que ainda falta alguma coisa na obra, mas ele mesmo não sabe ainda. O que falta, na verdade, é uma figura que represente o povo brasileiro. É quando, nos seus delírios de criação, o pintor recebe a visita daquele caipira que vem reivindicar a sua inclusão na pintura.
“Ele quer ser pintado de qualquer jeito, mas o pintor resiste, porque está cansado e tem pressa de entregar a obra”, diz Tarcísio. “A peça inteira é a luta do carroceiro para ser incluído no retrato, e ao longo do conflito entram vários questionamentos sobre aquela obra que ficou para a história como o único retrato do momento da independência”.
Outras informações sobre o prêmio, e também sobre os vencedores de outros estados, podem ser conferidas na página da Funarte. (*) Ascom Funarte
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