Ciro Nogueira pode ser vice de Bolsonaro em 2022

Aliados do presidente defendem vice do Nordeste, onde desaprovação ao governo é maior. 

Foto: Divulgação / PR. 
A ida de Ciro Nogueira (PP-PI), líder do Centrão, para o ministério da Casa Civil, teria como objetivo não apenas melhorar a interlocução política do governo do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, mas visaria à eleição de 2022.

Nos bastidores da política, comenta-se que Ciro Nogueira pode ser o vice na chapa de Bolsonaro à reeleição.

Em entrevista, em fevereiro, o então senador indicou interesse na vaga.

"O vice é escolha pessoal do presidente, tem que dar estabilidade a ele, tem que ser alguém em quem ele confie. Se eu disser que não gostaria que ele escolhesse um vice do Progressistas, estaria mentindo. Mas isso não é condição para nosso apoio", disse.

Hábil articulador político, o líder do Centrão é do Nordeste, região onde a desaprovação ao presidente é maior. De acordo com último levantamento, 54% dos eleitores do Nordeste consideram o governo Bolsonaro como ruim ou péssimo.

Apesar da rejeição de parte dos apoiadores bolsonaristas a esse "casamento", a união é vista também como uma forma de “fidelizar” o Centrão na disputa eleitoral de 2022, já que Ciro é um antigo aliado do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Como Lula tem liderado todas as pesquisas de intenção de voto para as próximas eleições, aliados do presidente temem uma debandada de integrantes dos partidos do Centrão, como PP.

Em 2017, Ciro Nogueira elogiava o ex-presidente e apontava para o "caráter fascista" de Bolsonaro.

"(Ao Jair) Bolsonaro, eu tenho muita restrição. Ele tem um caráter fascista, preconceituoso." Na mesma ocasião, o então deputado federal declarou que Lula "foi o melhor presidente deste país, especialmente para o Piauí e o Nordeste".

Segundo aliados, Bolsonaro estuda um nome evangélico ou do Centrão para a vaga de vice. Ele também gostaria de ter uma mulher na chapa.

Damares Alves, por exemplo, é evangélica e considerada uma das ministras mais populares da Esplanada dos Ministérios. Ela se desfiliou do Progressista e ainda não definiu se vai se filiar a um novo partido.

No entanto, aliados acreditam que o presidente já tem a preferência entre os evangélicos e que, do ponto de vista eleitoral, seria mais interessante ter um candidato do Nordeste.

Outros nomes também foram aventados, como o presidente do DEM, ACM Neto, o apresentador José Luiz Datena e até o presidente do Flamengo, Luiz Rodolfo Landim.

ACM Neto, no entanto, descartou a possibilidade. “Eu não serei candidato a vice na chapa de ninguém", afirmou, destacando que será candidato ao governo da Bahia no ano que vem.

Lançado como pré-candidato à Presidência da República em 2022 pelo PSL, Datena negocia aliança com Ciro Gomes (PDT) e o MDB. "Como é que você pode ser vice de alguém que diz que não vai ter eleição?”, questionou o apresentador.

Bolsonaro teria ainda dito a alguns interlocutores que Landim seria o "vice dos sonhos". O cartola rubro-negro costuma frequentar o Palácio do Planalto, mas alguns assessores acham que a declaração do presidente não passa de "bravata". 

Bolsonaro busca legenda

Por outro lado, a vaga de vice na chapa faria parte da negociação para a filiação de Bolsonaro ao PP. Na busca por uma legenda, o chefe do Executivo já declarou que quer ter “o domínio do partido”.

“Tentei e estou tentando um partido que eu possa chamar de meu e possa, realmente, se for disputar a Presidência, ter o domínio do partido. Está difícil, quase impossível”, afirmou em entrevista.

Por esse motivo, existe uma resistência dentro do PP ao nome do presidente.

Mas Bolsonaro não descarta a filiação ao partido.

"Ciro (Nogueira), meu velho colega de Parlamento. Fui do Partido Progressista dele por muito tempo. Ele não está apaixonado por mim, não, mas ele está me namorando. Ele quer que eu retorne ao Partido Progressista. Quem sabe? Se ele for bom de papo, quem sabe a gente volte pra lá? Não tô me fazendo de difícil, não. É um grande partido", disse.

Enquanto isso, Ciro já lançou pré-candidatura ao governo do Piauí, em oposição ao atual governador, Wellington Dias (PT).

Caso perca as eleições em 2022, ele ainda tem quatro anos no mandato de senador. (*) Créditos: Yahoo

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