Tapetão por tapetão sou mais o meu, diz Bolsonaro após criticar CPI por caso Covaxin

Foto: Folhapress / Danilo Verpa. 
Após afirmar que a CPI da Covid está inventando um caso de corrupção no governo, em referência às acusações de irregularidades na compra da Covaxin, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na noite desta sexta-feira (25) que "tapetão por tapetão" prefere o seu. Bolsonaro não deu maiores detalhes sobre a afirmação, nem sobre qual seria o seu "tapetão".

"Estão inventando agora na CPI uma corrupção virtual. Uma vacina que não foi comprada, não chegou uma ampola aqui, não foi gasto um real. E o governo está envolvido em corrupção. É o desespero. Por Deus que está no céu, me policio o tempo todo. Só Deus me tira daqui. Tapetão por tapetão sou mais o meu", disse.

A declaração de Bolsonaro foi feita a empresários em um auditório lotado na cidade de Chapecó (SC), que tem 96% dos leitos de UTI para Covid-19 ocupados. O prefeito João Rodrigues (PSD) é alinhado ao presidente e defensor do "tratamento precoce", ineficaz contra a doença. No sábado (26), Bolsonaro participará de uma motociata no município, como já fez em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

Após a afirmação, o presidente disse que joga dentro das quatro linhas da Constituição e voltou a se referir a um decreto que impediria prefeitos e governadores de promover medidas mais duras de distanciamento social em meio à pandemia.

Ele novamente falou sobre a possibilidade de instauração do estado de sítio. "O estado de sítio só entra em vigor depois que meu decreto porventura for aprovado no Congresso. Depois de aprovado, se algo acontecer de errado, eu respondo", disse.

De acordo com o artigo 137 da Constituição, o estado de sítio pode ser decretado quando há "comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa" e "declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira". Para isso, o presidente precisa de aprovação do Congresso Nacional.

Durante a sua fala Bolsonaro voltou a questionar a segurança das urnas eletrônicas e disse que irá apresentar as provas. Desde 2018 o presidente insiste nas acusações, sem, no entanto, mostrar qualquer evidência que comprove sua tese. No início da semana, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deu 15 dias para que Bolsonaro apresente as provas de fraude.

No evento, após mais uma vez criticar o STF (Supremo Tribunal Federal), Bolsonaro afirmou que tiraram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da cadeia e o tornaram elegível para que ele pudesse ser presidente. "Na fraude. Com esse critério eletrônico que está aí ele pode chegar, mas com voto auditável não chega", disse.

Bolsonaro também afirmou que a "democracia não tem preço", e que o governo pode desembolsar R$ 2 bilhões "para colocar as urnas em condição de imprimir voto".

Pesquisa do Ipec sobre a corrida eleitoral de 2022 divulgada nesta sexta mostra Lula com 49% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% de Bolsonaro.

O presidente voltou a afirmar, ainda, que irá indicar um evangélico para a vaga que ficará aberta no STF com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello.

Lula tem se reaproximado dos evangélicos visando sua candidatura em 2022. Pesquisa Datafolha identificou que Bolsonaro e o petista estão empatados na preferência do grupo.

Para a vaga no Supremo, Bolsonaro disse que quer alguém leal, de confiança, que fale a sua linguagem e defenda questões econômicas e familiares. "Vou indicar quem toma cerveja comigo", afirmou. (*) yahoo, com Folhapres

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