No pico da pandemia, paraibanos ‘perdem medo’ da Covid-19, descumprem orientações e especialista explica comportamento

A psicóloga Michelle Costa. Foto: Hapvida JP. 
Basta sair à rua para se deparar com pessoas sem máscaras ou aglomerando, mesmo com o alto índice de contágio e de mortes por covid-19 registrado não só em João Pessoa, como nos demais municípios da Paraíba nos últimos 15 dias. O isolamento, aos poucos, deixou de ser cumprido por parte da população e as pessoas perderam o medo do vírus que já fez 4.711 vítimas fatais, só na Paraíba. 

Para a psicóloga do Sistema Hapvida em João Pessoa, Michelle Costa, um dos principais fatores que contribuíram para ter conduzido as pessoas a perderem o medo do coronavírus foi o “conhecimento”. “A população pensa conhecer a sintomatologia e os efeitos da doença. Outro fator é a popularização da forma de profilaxia, ou seja, de como tratar, como se medicar. Antes se temia o desconhecido, agora imagina-se ter um falso controle sobre a covid-19”, destacou. 

A psicóloga afirma que é possível a existência de uma espécie de confusão das pessoas assimilarem os benefícios em seguir as normas recomendadas pelos especialistas, justamente por acreditarem que o tratamento à covid-19 é aparentemente simples. “As pessoas pensam que tomando os devidos cuidados como o uso de máscara e álcool e, caso ainda haja contágio, será necessário apenas o uso da medicação. Então, não é necessário isolamento social”, relata. 

Michelle assegura que as medidas de restrições longas podem ter contribuído para esse efeito rebote, tendo em vista que, o fato de as pessoas serem reféns em suas próprias casas, a diminuição do contato social e o aumento dos transtornos psíquicos contribuíram para que as pessoas não desejem mais passar pela mesma situação de isolamento, que pode ser vista também como um momento que representa uma espécie de solidão. 

Por outro lado, a especialista lembra que o fato de ter ocorrido um aumento acentuado nas urgências de hospitais com pessoas desenvolvendo crises de ansiedade, fez com que estas mesmas pessoas buscassem a suposta "normalidade" em suas rotinas. “Isso levou os indivíduos a imaginar que assim terão a cura de todo mal estar psíquico. Assim sendo, minimizam o risco da pandemia para preservarem a saúde mental”, pontua. 

Apesar de toda essa situação que é vista não apenas na Paraíba, mas em todos os estados brasileiros, a principal orientação que a psicóloga deixa é: “se pode ficar em isolamento, assim o faça, o risco da contaminação é real, porém não sabemos ao certo como cada pessoa vai reagir à contaminação viral”. 

Para além do isolamento, Michelle sugere que a população procure praticar atividades prazerosas em casa, mantenha o contato com amigos e familiares de forma remota; ter um animal de estimação e manter bons pensamentos são caminhos que podem ser seguidos para esse tempo desafiador. “Infelizmente precisaremos de mais tempo reservados. Mas acreditem, vai passar”, finaliza. (*) Assessoria Hapvida JP

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