ARTIGO POLÍTICO - Naquela
ocasião (Junho de 2013), O Brasil foi sacudido por retumbantes e barulhentas
manifestações populares. A então Presidente da República era a Dilma Rousseff e
o governador de São Paulo era o Geraldo Alckmin. Especialmente nas grandes
cidades, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, os protestos eram mais
evidentes. Os motivos daqueles movimentos eram muito difusos e de difícil
compreensão. A indignação era indefinível até para os mais laureados analistas
políticos.
Pesquisas
de opinião apontaram uma queda espetacular de prestígio e popularidade de Dilma
e Alckmin, entretanto, no ano seguinte (2014) Dilma foi reeleita para mais um
mandato de quatro anos e o Alckmin também. Saíram aparentemente ilesos daquele processo
e diziam os comunicadores da grande imprensa, aos quatro cantos, que o gigante
havia acordado (?).
Isso
deixou os grandes caciques da política brasileira muito mal acostumados e, por
isso, se acomodaram com a velha máxima de que o povo brasileiro é pacífico, é
pacato, é ordeiro e tem memória curta. Ocorre que nenhum fato histórico
relevante e nenhum outro evento histórico acontecem apenas e tão somente
naquele dia registrado nos anais e nos manuais de História. A História é, antes
de tudo, um processo, um processo dialético.
O
resultado das urnas nestas eleições de 2018 revelou muitas “surpresas”,
exemplos: Toda aquela arrogância peculiar e marca registrada do ex-todo
poderoso governador do Paraná, Roberto Requião, foi para a lata do lixo da
História; Beto Richa e Marconi Perillo ex-governadores respectivamente do
Paraná e de Goiás, não se elegeram Senadores pelos seus estados e olha que
estavam em disputa duas vagas para cada unidade da federação; Dilma Rousseff
por Minas Gerais; Eunício Oliveira pelo Ceará, então Presidente do Congresso
Nacional; o que parecia eterno Romero Jucá de Roraima; Lindenberg, fiel
escudeiro do lulopetismo do Rio de Janeiro; Tião Viana do Acre; Garibaldi Filho
(húi) do Rio Grande do Norte; Magno Malta do Espírito Santo, que deve está
muito arrependido de recusar o convite para ser Vice do Bolsonaro; Edison Lobão
e o filho de Sarney,no Maranhão; Cássio Cunha Lima da Paraíba (quem diria?) e
outros. Ao que parece trata-se, portanto, de um fenômeno nacional e não
localizado.
Estamos
vivendo agora os ecos de junho de 2013. A meu ver, não há como separar 2018 de
2013. O que falta à classe política brasileira é “ler” bem e entender as
mensagens do eleitorado a cada pleito e buscar responder satisfatoriamente a
vontade soberana do povo. Do contrário, é remar contra a maré e pagar o preço
da derrota, da desilusão e do ostracismo.
Tenho
dito!
Antonio
José de Souza
Professor,
historiador e bacharel em Direito
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