À CPMI, ex-diretor do INSS admite recebimento de R$ 2 milhões de empresas ligadas ao "Careca"

Alexandre Guimarães, no entanto, negou qualquer envolvimento com o esquema de desvios ilegais em aposentadorias e pensionistas. 


Alexandre Guimarães e o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar. Foto: Kayo Magalhães/Agência Senado. 

Em depoimento à CPMI das Fraudes no INSS nesta segunda-feira (27), o ex-diretor de Governança, Planejamento e Inovação do Instituto, Alexandre Guimarães, admitiu ter recebido mais de R$ 2 milhões de empresas ligadas a Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", alvo central das investigações. As informações são da Agência Câmara de Notícias.


Guimarães, que dirigiu o INSS entre 2021 e 2023, declarou que os valores foram pagos pela sua empresa, a Vênus Consultoria, criada em 2022, para prestar serviços de "educação financeira" à Brasília Consultoria, do grupo Antunes. Ele afirmou que a Vênus não teve outros clientes além das empresas do "Careca" e encerrou as atividades em 2025.


O ex-diretor negou qualquer envolvimento com o esquema de desvios ilegais em aposentadorias e pensionistas, defendendo que o serviço prestado era lícito e que o recebimento foi de uma empresa, e não de Antunes pessoalmente.


O depoimento ocorreu em um contexto em que, durante sua gestão, as denúncias de descontos indevidos quase dobraram a cada ano entre 2022 e 2024. Guimarães atribuiu o aumento a uma mudança interna que facilitou o registro das reclamações, ressaltando que sua diretoria apenas as encaminhava, sem poder para resolvê-las.


A reportagem destaca ainda, que a CPMI investiga um grande esquema de fraudes no INSS, e o nome de Guimarães foi citado por sua proximidade com Antunes e por estar à frente da diretoria no período em que os supostos desvios ocorreram.


A CPMI do INSS tem como relator o deputado Alfredo Gaspar de Mendonça Neto (União Brasil-AL). 

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