Filho é principal suspeito de provocar incêndio na loja do pai para receber seguro, conclui polícia

Caso foi registrado na cidade de Catalão, Sudoeste de Goiás.

Bombeiros combatem incêndio dentro de loja. Foto: Divulgação/CBM-GO. 
Um incêndio em uma loja de Catalão, no sudoeste de Goiás, foi provocado pelo filho do dono, concluiu o inquérito da Polícia Civil de Goiás (PC-GO). O delegado responsável pelo caso, Pedro Manuel Democh, indiciou pelo crime o empresário Jader Bruno Braga Oliveira e outros três investigados: Acácio Moisés Fernandes Neto, Geovane Pinheiro Araújo e Matheus Leandro Fernandes. Esse último seria o intermediário e único que segue preso. A motivação do crime era receber um seguro de R$ 2 milhões, disse o delegado.

O g1, entrou em contato com as defesas dos investigados na manhã desta sexta-feira (28), mas apenas o advogado de Matheus Leandro, Edson Sales Feliciano, se manifestou.


"A situação está sendo resolvida na Justiça. Como você viu tem um processo em andamento, onde está sendo apurado a responsabilidade dos acusados", disse Feliciano ao g1.


O delegado Democh explicou que o empresário Jader Bruno, que é filho dos proprietários de uma loja de tecido na cidade, a qual é registrada no nome dele; contratou Matheus Leandro, como intermediário para a subcontratação de Acácio Moisés e Geovane Pinheiro para atear fogo na empresa, durante a madrugada do dia 24 de fevereiro deste ano.


Todos os investigados foram indiciados por: associação criminosa (Art 288 - pena de 1 a 3 anos), incêndio (pena de 3 a 6 anos) e estelionato equiparado na modalidade fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro (de 1 a 5 anos de prisão)", pontuou Democh.


O g1 entrou em contato com a seguradora contratada pela empresa, nesta sexta, para saber quais serão os procedimentos adotados em relação ao segurado, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.


Audiência de custódia


Em 25 de fevereiro deste ano, o empresário e os outros três supostos comparsas, que estavam presos pelo crime, passaram por audiência de custódia. Aos investigados, o juiz Breno Gustavo Gonçalves dos Santos determinou o pagamento de fiança e medidas cautelares.


Jader Bruno, Matheus Leandro e Acácio Moisés tiveram que pagar dois salários mínimos para serem soltos. E Geovane Pinheiro um salário mínimo, justificada pela "hipossuficiência", devido à representação por advogado dativo, conforme ressaltou o magistrado.


Medidas cautelares que foram impostas a todos os envolvidos:


  • Informar endereço atualizado e número de telefone com WhatsApp;
  • Comparecer a todos os atos do processo quando intimados;
  • Proibição de contato com as vítimas;
  • Não cometer novos crimes.


O caso


A investigação da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) revelou que o incêndio na loja foi criminoso. Conforme a investigação, as imagens de segurança da loja mostraram quando dois homens em uma moto entraram no estacionamento subterrâneo antes do início do fogo.


O rastreamento do celular da loja, que havia sumido, levou a polícia a um suspeito no bairro Monsenhor Sousa, em Catalão. Para a PM, ele teria confessado ter sido contratado pelo empresário para recrutar os executores do incêndio. Pelo serviço teria recebido R$ 20 mil. Os outros dois envolvidos, segundo a PM, também admitiram participação no crime, recebendo R$ 2,5 mil cada


A polícia apurou que o empresário planejou o incêndio para receber uma indenização de seguro de R$ 2 milhões, devido a dificuldades financeiras. Ele foi preso em casa e teria confirmado o plano.


Consta no RAI [Registro de Atendimento Integrado] que, durante a abordagem da PM, ele confessou. Já na delegacia, em sua oitiva, acompanhado de advogado, optou por permanecer calado", finalizou o delegado Democh.


(*) g1/vai


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