Ao todo, 52% de todas as 1,14 milhões de postagens coletadas defendiam argumentos contrários à medida.
Um monitoramento feito pelo instituto Quaest nas redes sociais nos últimos dias mostrou que mais da metade dos brasileiros são contra o projeto de lei que equipa o aborto a homicídio. Ao todo, 52% de todas as 1,14 milhões de postagens coletadas defendiam argumentos contrários à medida. Menos de 17% apoiavam.. Foto: BandTV / Reprodução,
Já na enquete do site da própria Câmara foram registrados cerca de 1 milhão de votos: 88% contrários à proposta. O presidente Lula falou neste sábado (15) pela primeira vez sobre o projeto. Na Itália, ele chamou a proposta de "insanidade".
“Eu sou contra aborto, entretanto, como aborto é realidade, a gente precisa tratar aborto como questão de saúde pública. E eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher numa pena maior que o criminoso que fez o estupro. É no mínimo uma insanidade isso”, afirmou o Lula.
O presidente participou da cúpula do G7, que reúne os países mais ricos do mundo, onde a questão do aborto também foi debatida. A redação final do evento não mencionou o direito à interrupção segura da gravidez, por oposição do governo da Itália.
A declaração de lula contra a proposta em discussão na câmara veio após críticas da primeira-dama, Janja, de ministras e ministros, parlamentares, além de manifestações populares em todo o país.
O texto estabelece que uma mulher que interromper a gravidez depois da 22ª semana pode ser condenada a até vinte anos de prisão. Punição que valeria inclusive para vítimas de estupro e grávidas em risco de vida, caso decidam abortar. Já a pena do estuprador, hoje, é de no máximo 10 anos de cadeia.
A urgência para votar a proposta foi aprovada essa semana em apenas 24 segundos, após uma manobra do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-Al). Ele busca o apoio da bancada evangélica para a sucessão ao cargo ano que vem. Lira não pode mais ser reeleito, mas quer influenciar a disputa e tem candidatos em campo.
Lira está sendo pressionado a recuar e não levar a discussão para o plenário diante do tamanho da reação ao projeto. Também porque o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já avisou que mesmo se aprovada na Câmara, a proposta não será votada pelos senadores a toque de caixa.
Para o governo, a prioridade tem de ser a pauta econômica. “Temos vários outros projetos muito importantes para o desenvolvimento do país: terminar a reforma tributária é essencial para o crescimento econômico para gerar emprego, gerar renda (emenda, cobrimos com gente trabalhando) esperamos que esse projeto não vá para a pauta, não é prioridade nem para o país nem para a câmara de deputados”, disse Rogério Correia, vice líder do governo na Câmara. (*) @bandjornalismo
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