Dia da Amizade: o cão é mesmo o melhor amigo do homem?

Foto: Ascom / CRMV-PB / Divulgação. 
Certamente você já ouviu ou até falou a frase ‘o cão é o melhor amigo do homem’. Neste domingo (30), Dia da Amizade, o Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) destaca a relação entre cachorros e seus tutores, mostra os cuidados e afirma que animais e humanos precisam de limites para que esta relação seja segura e saudável. 

O zootecnista e doutor em comportamento animal, secretário-geral do CRMV-PB, Tarsys Veríssimo, afirma que essa máxima de que o cão é o melhor amigo do homem não surgiu à toa: é uma afirmação baseada em fatos históricos, a partir das teorias e achados históricos de que o lobo foi o primeiro animal domesticado, dando origem depois ao cão doméstico. 

“A história menciona esqueletos de canídeos encontrados ao lado de esqueletos humanos e aponta que, logo no início, os canídeos começaram a viver com os humanos cooperando na caça e ajudando na sobrevivência das tribos”, informou. 

É comum acompanhar casos de cachorros esperando seus donos que morreram, aguardando e seguindo ambulância quando o tutor se machuca, protegendo o tutor de agressões e até tentando defender o cuidador da polícia, em casos de prisão.  Ainda assim, o profissional ressalta a importância de estabelecer limites na relação para que seja segura e saudável. 

Os tutores, segundo o zootecnista, são os que mais precisam de limites. “Os problemas de comportamento apresentados pelos cães sempre são causados pelos próprios tutores, visto que estes não atendem as necessidades básicas que os cães possuem, humanizam muito eles e não estabelecem sequer um limite, o que é algo que o animal necessita naturalmente. Os tutores precisam entender que, embora amemos, os cães precisam que necessidades básicas sejam atendidas, para que eles possam expressar comportamentos naturais, evitando o surgimento de estresse e, consequentemente, de comportamentos indesejados”, explicou.

Conforme Veríssimo, também é preciso cuidado na relação entre cães e crianças, sendo os pais e responsáveis encarregados de garantir que as brincadeiras devem ser controladas dos dois lados, para não ocorrer acidentes. 

Ataques - Tarsys Veríssimo também falou sobre os casos em que cães são muito apegados aos tutores e acabam atacando.  Segundo ele, isso acontece muito, mas cada caso tem a sua particularidade.  

O profissional do comportamento afirmou que algumas posturas são sinais de alerta de que o cão não está bem e precisa de cuidados comportamentais. O principal é o rosnado, que embora seja o mais óbvio de se perceber pelos tutores, muitos levam na brincadeira e isso sempre se torna um problema maior depois. 

“Não é fácil responder a essa pergunta sem analisar o contexto. No entanto, isso costuma acontecer por uma falha no processo de educação, que envolve coisas como estresse elevado por pobreza ambiental, falha na socialização, falta de conhecimento do comportamento do animal, fazendo com que muitas vezes as pessoas ultrapassem os limites com os próprios cães. Uma coisa é certa: esse tipo de acontecimento não ocorre gratuitamente e nem do nada", destacou.

Fidelidade - Os animais são conhecidos pela fidelidade ao tutor, ainda que passe anos sem vê-lo. A história de Hachiko, o companheiro canino de um professor universitário, emocionou o mundo ao ser contada no filme ‘Sempre Ao Seu Lado’ 

Todos os dias, o professor Hidesaburo Ueno e seu fiel companheiro, Hachiko, seguiam juntos até a estação de trem de Shibuya, em Tóquio. O professor ia trabalhar e o animal esperava pacientemente por ele no mesmo lugar, retornando para casa juntos no fim do dia. 

No entanto, o professor Ueno sofreu um derrame cerebral e faleceu, nunca mais retornando à estação de trem. Por quase uma década depois que seu tutor faleceu, o cachorro continuou aparecendo na estação de trem em que esperava o professor todos os dias. Em 1934, aos 11 anos de idade, Hachiko faleceu. Uma estátua foi erguida em sua homenagem na estação onde ele esperava pelo seu tutor e se tornou um ponto de encontro e um símbolo de devoção e lealdade.

“Essa história é um exemplo dessa fidelidade dos cães com os tutores. O processo de domesticação e evolução da espécie potencializou o vínculo dos cães com as pessoas. Isso faz com que os cães sejam animais extremamente apegados e "fiéis" ao seu grupo social. Por isso sempre dizemos que os cães são companheiros fiéis”, explicou o doutor em comportamento animal. (*) Ascom

 


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