Pedro critica lentidão para retorno das aulas presenciais na Paraíba: “No plano do Governo, só voltaremos a normalidade em 2023”

Foto: Ascom / Divulgação. 
Com o plano de retomada das aulas presenciais na Paraíba apresentado em fevereiro deste ano, o Governo do Estado ainda não divulgou uma data para o recomeço da modalidade. De acordo com dados do QEdu, retirados do Censo Escolar de 2020, há mais de 765. 880 alunos na rede pública paraibana de ensino, que desde o ano passado, têm ofertado apenas aulas no formato remoto. Defensor da Educação, o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) lamenta a lentidão para a aplicação de medidas práticas que tragam uma resposta para os estudantes.

“É muito triste saber que apenas os alunos da rede pública na Paraíba não tiveram o direito de retomar as aulas presenciais. Sabemos da gravidade da pandemia, dos cuidados que precisam ser tomados, mas com análises e interesse há de se estabelecer formas apropriadas para recomeçar as aulas. No plano do Governo, só voltaremos a normalidade em relação as aulas em 2023”, pontuou.

Conforme o plano ‘Educação Para Todos’, do Governo do Estado, em março seriam retomadas as aulas presenciais, mas no formato híbrido, com 30% da capacidade de alunos presencial. Com o aumento dos casos, o plano foi adiado e três meses depois, segue sem definição.  O documento prevê ainda que as aulas só voltariam à normalidade em 2023, já que cada fase detalhada levaria um semestre e ao todo, são quatro etapas. O parlamentar vê desprezo com o prejuízo na aprendizagem dos alunos.

“É inegável o impacto no rendimento dos estudantes, pesquisas já fazem esse apontamento, mas claramente essa não é uma prioridade para o Governo. Há outros estabelecimentos com o mesmo risco de disseminação do vírus ou até maior, que continuam abertos, enquanto o retorno das aulas é sempre adiado, deixado para depois”, lamenta. 

Impacto - A educação básica tem sido a mais afetada pelas aulas remotas em razão da pandemia do novo coronavírus. Um estudo feito pela Universidade Federal de Juiz de Fora em parceria com a Secretaria de Educação de São Paulo, apontou que os primeiros anos foram os mais atingidos com a paralisação das aulas presenciais. Entre as disciplinas, matemática foi a matéria que mais teve a aprendizagem defasada. 

“O Brasil já possuía um déficit na educação devido ao histórico político, econômico, social, mas que foi intensificado pela pandemia do coronavírus. A pandemia escancarou, inclusive, a diferença das estruturas no ensino público e privado”, apontou Pedro.

Educação prioridade - Países que são considerados modelos de educação e com os melhores resultados no Pisa, fecharam escolas por menos tempo durante a pandemia. Alemanha, Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Cingapura e França ficaram menos de 90 dias com aulas não presenciais. O Brasil - que ocupa sempre as últimas colocações no ranking - teve 267 dias de escolas fechadas até o fim de janeiro. Entre os 21 países analisados, 17 fizeram monitoramento dos casos de covid para isolar infectados e entender se a contaminação foi na escola ou fora dela. Só cinco (Argentina, Chile, França, Reino Unido e Uruguai) incluíram os professores na lista prioritária para vacinação contra a covid. Os dados foram tabulados pela consultoria Vozes da Educação, com apoio da Fundação Lemann e do fundo Imaginable Futures. (*) Ascom

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