Jornalista Paulo Carvalho morre aos 47 anos no Rio

Profissional, que se destacou em reportagens policiais, sofreu infarto em feira na Barra da Tijuca, na tarde desta quinta-feira. 
O jornalista Paulo Carvalho. Foto: Reprodução. 
O jornalismo carioca perdeu, na tarde desta quinta-feira, Paulo Cézar Fialho de Carvalho, de 47 anos, vítima de infarto. Ele estava na feira Games XP, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, quando passou mal por volta das 14h. A Secretaria Municipal de Saúde informou que Paulo Carvalho já chegou sem vida ao Hospital Lourenço Jorge.

Formado pela Universidade Gama Filho em 1997, Paulo Carvalho trabalhou nos jornais 'Povo do Rio', 'Extra' e o extinto 'A Notícia', que pertencia à Editora O Dia. Passou à função de assessor de imprensa na Prefeitura do Rio e, por último, esteve na assessoria da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

Sua paixão era a cobertura policial, desvendando grupos paramilitares e quadrilhas de traficantes de drogas. Paulo Carvalho cobriu casos emblemáticos, como o sumiço de Eliza Samudio, o assassinato do jornalista Tim Lopes e a relação do ex-jogador Ronaldo Fenômeno com travestis. Foi um dos autores do livro 'Indefensável: O goleiro Bruno e a história da morte de Eliza Samudio' (Record, 2014). 

Os amigos de carreira e de vida o descrevem como um profissional humilde, 'boa praça', talentoso e perspicaz para conquistar fontes. "Ele era um cara tão querido, que acabava virando amigo e continuava mantendo contato com as fontes. Tenho uma lembrança muito especial de quando a gente participou, ao vivo,  do programa 'Sem Censura' para divulgar o livro, e tivemos uma crise de risos. É a imagem que fica dele. Estava sempre muito sorridente", conta a jornalista Paula Sarapu, que escreveu o livro 'Indefensável' com Paulo Carvalho e Leslie Leitão.

O jornalista Daniel Penna-Firme, do SBT, destaca que Paulo tinha prazer em ajudar os repórteres iniciantes e gostava de brindar a vida em bares de Vila Isabel, onde morava. "A gente morava próximo e se esbarrava muitas vezes sem combinar. Fomos colegas contemporâneos de jornalismo de rua. Ele sempre foi muito amigo e leal. Sempre ajudou principalmente quem era mais novo. Quando eu estava começando, conheci o Paulo, que já era um repórter experiente, e desenvolvemos amizade. Nossas famílias são amigas até hoje. E lá se vão quase 20 anos", lembra Penna-Firme.

"O Paulo achava que ia morrer na redação. Amava muito, era a vida dele. Ele tinha três paixões: a (esposa) Jana, o Vasco e a Escola de Samba Vila Isabel. Ele não cobria Carnaval, mas curtia horrores. Estava em todos os ensaios da Vila", destaca a jornalista e ex-colega de 'Extra' Roberta Hoertel. Assim como Daniel Penna-Firme, ela também teve a sorte de conhecer, no início de sua carreira, o já veterano. Paulo a tratava como filha e muitas vezes a livrava de 'sufocos'.

"Cobrir policia sendo mulher não é fácil. Ele me abraçou, me botou no colo. Apesar de ser um grande profissional, era a pessoa mais humilde que eu conheci. Várias vezes se oferecia para ir no meu lugar para operações policiais arriscadas", acrescenta Roberta.

Paulo Carvalho deixa dois filhos (Pedro Henrique, de 11 anos, e João Gabriel, de 18) e a esposa, também jornalista, Janaína Carvalho. Paulo estava acompanhado do filho mais novo na feira quando teve o mal súbito. O local e horário do sepultamento não haviam sido definidos até o fechamento desta reportagem. 

O Dia

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