Bolsonaro chama manifestantes contra cortes na educação de ‘idiotas úteis’

Presidente desembarcou em Dallas, nos EUA, onde encontrará ex-presidente George W. Bush e receberá prêmio 'Personalidade do Ano' de Câmara de Comércio. 


Presidente Bolsonaro é recebido por apoiadores em Dallas nos Estados Unidos (//VEJA). 
O presidente Jair Bolsonaro chamou de “idiotas úteis” e “massa de manobra” manifestantes que organizam nesta quarta-feira, 15, uma série de protestos no Brasil contra os cortes do governo na educação básica e no ensino superior.

Em sua chegada ao hotel em que está hospedado em Dallas, no Texas, Bolsonaro afirmou ver os protestos como algo “natural” e disse que “a maioria ali (na manifestação) é militante”.

“Se você perguntar quando é sete vezes oito para eles não sabem, não sabem nada”, disse. “São uns idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais”, completou.

Ao desembarcar nos Estados Unidos, Bolsonaro foi recebido por apoiadores vestindo camisetas da seleção brasileira de futebol e gritando palavras de apoio. Eleitores do presidente, eles se mostraram eufóricos com sua presença em Dallas.

Na frente do hotel em que a comitiva brasileira está hospedada havia também manifestantes contrários à sua vinda, com placas que o chamavam de “fascista”.

Na quinta-feira, eles prometem realizar um protesto durante o almoço de entrega premiação “Personalidade do Ano”, da Câmara de Comércio Brasileira-Americana, que será dedicado a Bolsonaro.

Protestos
Ao menos 75 universidades e institutos federais do país convocaram protestos em resposta ao bloqueio de 30% dos orçamentos determinado pelo Ministério da Educação (MEC) para esta quarta.

Em capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Salvador, os atos contra os bloqueios começaram pela manhã. Há também uma manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Sobre os protestos, o presidente disse lamentar a necessidade dos cortes na educação e afirmou que não teve saída. “Na verdade não existe corte, o que houve é que pegamos o Brasil destruído economicamente”, afirmou.

“Se não houver contingenciamento eu simplesmente entro de encontro com a lei de responsabilidade fiscal”, disse. “Não tem dinheiro”, completou.

Bolsonaro afirmou ainda que a educação no Brasil “está deixando muito a desejar” e atribuiu as deficiências no sistema e as altas cifras de desemprego no país ao governo do PT, que “não teve cuidado” com a qualificação da população.

“A garotada, com 15 anos de idade, na oitava série, 70% não sabe uma regra de três simples. Qual o futuro dessas pessoas?”, disse o presidente, enquanto seus apoiadores concordavam com seu discurso.

Críticas em Nova York
Bolsonaro visita Dallas em uma agenda improvisada e organizada às pressas pelo governo, depois de o presidente desistir de ir a Nova York. O prêmio Câmara de Comércio Brasileira-Americana seria entregue na cidade, mas teve de ser cancelado após o presidente ser alvo de boicotes e críticas do próprio prefeito da cidade, Bill de Blasio.

O presidente criticou os ataques de Blasio. “Protestos pode haver em qualquer lugar, só não pode um chefe de Executivo nacional organizar uma ação contra uma autoridade que representa a oitava economia do mundo”, disse em Dallas.

Bolsonaro se encontrará com o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ainda na tarde desta quarta-feira. Ao desembarcar em Dallas, o governo brasileiro ainda não tinha uma confirmação sobre a reunião com Bush, mas após algumas horas garantiu que o encontro iria acontecer, no escritório do texano.

Em sua comitiva, o presidente fez questão de incluir o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro-chefe da Secretaria de Governo, o mais recente alvo de fogo amigo dentro do gabinete de Bolsonaro.

Após a chegada na cidade e instalação no hotel em que ficará hospedado, Bolsonaro visitou o John Fitzgerald Kennedy Memorial, um monumento ao ex-presidente dos Estados Unidos no centro da cidade.




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