Exemplo de características identificadas em uma bacia profunda em Marte que mostram ser ela influenciada por bilhões de anos atrás (Foto: Créditos / NASA / JPL-Caltech / MSSS). |
Acredita-se que estes reservatórios de água subterrâneos são antigos lagos, contendo minerais que desempenham um papel crucial na existência da vida, informa o estudo publicado no Journal of Geophysical Research: Planets.
Cada uma das crateras desce até cerca de 4.000 metros abaixo do "nível do mar" marciano e numerosas características observadas em profundidades de 4.000 a 4.500 metros sugerem que houve água, com evidências de poças e fluxos que mudaram ao longo do tempo.
"Nos primórdios, Marte era um mundo aquático, mas à medida que o clima do planeta mudava, esta água se infiltrou abaixo da superfície para formar piscinas e 'águas subterrâneas'. Nós rastreamos essa água em nosso estudo, já que sua escala e papel são uma questão de debate, e encontramos a primeira evidência geológica de um sistema de águas subterrâneas por todo o planeta", disse o autor principal Francesco Salese, da Universidade de Utrecht, na Holanda.
Devido a essa descoberta, os pesquisadores acreditam que isso pode indicar que existiu um oceano marciano três a quatro bilhões de anos atrás.
"Pensamos que este oceano pode ter estado ligado a um sistema de lagos subterrâneos que se espalham por todo o planeta. Esses lagos teriam existido há cerca de 3,5 bilhões anos, podendo talvez ter sido contemporâneos de um oceano marciano", disse ao Express o coautor Gian Gabriele Ori, diretor da Escola Internacional de Pesquisa de Ciências Planetárias da Universidade d'Annunzio, na Itália.
Além disso, os cientistas detectaram em 5 das 24 crateras uma série de argilas, carbonatos e silicatos, que estão intimamente ligados ao surgimento da vida na Terra, sustentando a teoria de que Marte já teve os componentes necessários para a vida.
"Descobertas como essas são extremamente importantes; ajudam-nos a identificar as regiões de Marte que são as mais promissoras para encontrar sinais de vida passada. É especialmente animador que uma missão que foi tão frutífera no Planeta Vermelho, a Mars Express, é fundamental agora para ajudar missões futuras como a ExoMars para explorar o planeta de uma forma diferente. É um grande exemplo de missões que trabalham em conjunto com grande sucesso", afirmou Dmitry Titov, cientista do projeto Mars Express da ESA.
A ExoMars é uma missão conjunta da ESA e da empresa espacial russa Roscosmos, que busca provas de vida em Marte.
Sputnik Brasil
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